China adverte para desemprego em massa e protestos devido à crise

Publicado em 27/11/2008 17:15
da France Presse

O ministro encarregado da CNRD (Comissão Nacional para a Reforma e o Desenvolvimento), o ministério chinês responsável pelo planejamento econômico, Zhang Ping, advertiu nesta quinta-feira que a economia do gigante asiático continua em declínio e que o governo deve atuar para evitar um desemprego em massa e novos protestos sociais.

O ministro declarou que alguns indicadores econômicos de novembro revelam uma desaceleração acentuada e que, em algumas empresas, a produção enfrenta dificuldades, principalmente relacionadas com a exportação. "Algumas companhias cessaram total ou parcialmente suas atividades, o que certamente terá um impacto sobre o emprego. Em algumas áreas, os trabalhadores rurais estão voltando para o campo", afirmou.

Ping defendeu as medidas que o governo está tomando para apoiar as empresas em apuros, ao admitir que uma suspensão ou um cessar em massa da produção empresarial resultaria em um "desemprego em escala, que poderá provocar instabilidade social".

Os protestos de trabalhadores que perderam seus empregos ou agricultores expulsos das terras se intensificaram nestas últimas semanas no país. O governo chinês já afirmou que a situação do emprego é crítica.

Ontem, o Banco do Povo da China (BC do país) anunciou um corte de 1,08 ponto percentual --o maior da década-- em sua taxa básica de juros, para 5,58%, a fim de estimular a economia. Além disso, o banco anunciou no mesmo comunicado uma redução do depósito compulsório dos bancos (porcentagem das reservas que cada entidade financeira não pode reinvestir), a fim de aumentar a liquidez no sistema e promover o consumo.

Na terça-feira (25), o Banco Mundial informou que a economia da China deve crescer 7,5% em 2009, ante os 9,2% estimados pelo banco em junho. A nova estimativa é menor do que as expectativas do FMI (Fundo Monetário Internacional), que há duas semanas cortou sua previsão para o crescimento chinês de 9,3% para 8,5%.

A China cresceu 11,9% em 2007, mas nos sucessivos trimestres deste ano já mostrou uma clara tendência de baixa, registrando um crescimento de 10,6% no primeiro trimestre, de 10,4% no segundo e de 9,9% no terceiro.

O governo chinês anunciou no começo do mês um pacote de US$ 586 bilhões para estimular a economia do país. O pacote deverá ser usado até 2010 para impulsionar a demanda doméstica. Os investimentos serão concentrados em infra-estrutura e bem-estar social. O pacote de medidas destinadas a estimular a economia abrangerá até 2010 programas de impulso à vida da população, como casas para pessoas de baixa renda, infra-estruturas rurais, rede de transporte, ambiente, inovação tecnológica e reconstrução posterior aos desastres naturais.

 

Fonte: France Presse

Fonte: France Presse

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