Supermercados ignoram crise e esperam vendas 14% maiores no Natal

Publicado em 27/11/2008 18:18

Setor pouco dependente do crédito, os supermercados ainda não acusaram os efeitos da crise financeira internacional. Em outubro, as vendas subiram 11,48% em relação ao mesmo período do ano passado e a expectativa, segundo pesquisa com 500 supermercadistas, é de aumento de 14% do faturamento na semana de Natal e Ano-Novo na comparação com o ano passado.

Para o mês de dezembro, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) projeta alta de 10% com as vendas de fim de ano. Segundo o presidente da entidade, Sussumu Honda, os reflexos da turbulência econômica só devem ser percebidos no primeiro trimestre de 2009.

"Somos mais sensíveis à renda do que ao crédito. Alimento não é produto vendido a crédito. Mais de 90% das vendas de supermercados são pagas com cartão de débito, crédito e em espécie, todos considerados pagamentos à vista", disse Honda.


Ele pondera também que o setor de alimentos leva mais tempo para acusar o golpe de queda de vendas, uma vez que os consumidores dispensam primeiro o supérfulo ante uma crise.

"O setor alimentar não se expande da mesma forma que o de veículos, por exemplo, no início de uma fase de crescimento da economia. Somos os últimos a entrar na festa e os últimos a sair dela", comparou.

Segundo ele, a queda na taxa de desemprego e o aumento dos rendimentos dos trabalhadores mantiveram o setor distante dos prejuízos da crise financeira. Se as vendas reais (já descontada a inflação do período) cresceram 11,48% em relação a outubro do ano passado e 6,62% ante o mês anterior, no acumulado do ano, o setor não fez pior. Até outubro, a alta das vendas é de 9,19% --o melhor desempenho para os primeiros dez meses em seis anos, segundo a Abras.

"A criação de empregos foi muito forte em 2007 e a massa salarial também cresceu. Isso é muito importante para o nosso setor. Por esses fatores, não estamos sentido a crise econômica. Fala-se muito de crise na mídia, mas na vida real, os números de venda não acusaram os efeitos", explica Honda.

O setor aguarda os primeiros reflexos da crise internacional para o início do próximo ano. Conforme Honda, "o faturamento já não deve se expandir como em 2008" e os preços podem subir, devido à alta do dólar, ainda que a tendência seja de estabilização. Para as compras de fim de ano, a expectativa é que os preços sigam estáveis.

"A crise pegou o setor de importados já colocados. O momento da produção é anterior [à crise]. E a situação de estoque é boa. A médio prazo teremos algum impacto. Agora, não", disse Honda.

Para ele, a pressão pode ser maior sobre produtos da época. "O segmento de bebidas tem impacto, mas é menor proporção, já que houve muita negociação com a indústria."





Fonte: Folha Online

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Fonte:
Folha Online

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