Órgão de controle de dados da Espanha bloqueia duas ferramentas eleitorais no Instagram e Facebook

Publicado em 31/05/2024 12:39

MADRI (Reuters) - A agência de proteção de dados da Espanha ordenou a suspensão provisória de dois produtos da Meta planejados para serem implantados nas próximas eleições europeias em suas plataformas de mídia social Instagram e Facebook, informou o organismo nesta sexta-feira.

As ferramentas, denominadas "Election Day Information" (EDI) e "Voter Information Unit" (VIU), potencialmente violariam o regulamento de proteção de dados da Espanha (GDPR, na sigla em espanhol), disse a agência AEPD.

"Nossas ferramentas eleitorais foram expressamente projetadas para respeitar a privacidade dos usuários e cumprir o GDPR. Embora discordemos da avaliação da AEPD nesse caso, cooperamos com sua solicitação", disse um porta-voz da Meta à Reuters.

De acordo com a agência, a Meta disse pretender que todos os usuários elegíveis do Instagram e do Facebook na União Europeia recebam notificações da VIU e do EDI lembrando-os de votar.

"O processamento de dados previsto pela Meta seria contrário à regulamentação espanhola de proteção de dados e, no mínimo, violaria os princípios de proteção de dados de legalidade, minimização de dados e limitação do período de retenção", disse a AEPD em um comunicado.

Ela acrescentou que a Meta estava selecionando os eleitores qualificados com base nos dados contidos nos perfis dos usuários sobre sua cidade de residência, bem como seus endereços IP. Mas a única condição para poder votar nas eleições europeias é ser um cidadão adulto de qualquer um dos Estados-membros da UE.

A AEPD disse que esse tratamento de dados era "desnecessário, desproporcional e excessivo" porque deixava de fora os cidadãos da UE que moravam no exterior e tinha como alvo os cidadãos de países não pertencentes à UE que estavam na Europa.

A agência acrescentou que a coleta de dados sobre a idade dos usuários não se justificava, pois não havia nenhum mecanismo confiável para verificar a idade declarada pelos próprios usuários, e que o tratamento dos dados de interação era "totalmente desproporcional em relação ao suposto objetivo de informar sobre as eleições".

O órgão de fiscalização disse que a Meta não havia justificado a necessidade de armazenar os dados após a eleição, o que "revela uma finalidade adicional para a operação de processamento".

(Reportagem de David Latona)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Minério de ferro sobe com promessa da China de políticas fiscais mais proativas em 2026
Confiança da indústria do Brasil sobe em dezembro, mostra FGV
Kremlin diz que Ucrânia deve retirar tropas de Donbas e que telefonema entre Putin e Trump é esperado para breve
Bolsonaro deve passar hoje por novo procedimento para conter soluços
Após reunião com Zelensky, Trump diz que acordo de paz avançou 95%
Paraná Pesquisas: governo Lula é desaprovado por 50,9%; 45,6%, aprovam