Opinião do Vice-Pres. da AEB e o erro do Jornal

Publicado em 28/12/2008 23:56
"Prezado Senhor José Augusto de Castro, da AEB -- Por quê o Sr. diz que o Brasil precisa incentivar o aumento da produção agropecuária - são 90 milhões de hectares agricultáveis não utilizados. "China e Índia não têm espaço para crescer, mas investem na África porque pensam no futuro"? Onde estão os tais de 90 milhões de hectares agricultáveis e não utilizados? [Nossas lavouras anuais hoje em dia sequer alcançam 36 milhões de hectares.] Quando se vê na imprensa cerca de 47 a 48 milhões, ali estão computadas as áreas em duplicidade tais como as irrigações no Brasil Central, a área de trigo, o milho safrinha, o feijão etc... Para enfrentar esta "psicológica" crise internacional, nada mais que uma marolinha como diz o Lula, é bem simples para a agricultura brasileira: PRODUZIR menos, reduzir a oferta para manter os preços! Jornalistas, favor corrigir no texto abaixo "140 B I L H O E S de toneladas..... são milhões! Tomara que a safra seja de somente 130 mmt (C e n t o e t r i n t a milhões de toneladas), para que tenhamos preços bons, pelo menos razoáveis. Veículo: CORREIO BRAZILIENSE - DF Editoria: ECONOMIA Data: 28/12/2008 Assunto: SAFRAS. Erro estratégico e sem correção [Ôw jornalistas, isto é culpa da Lei Kandir!!!!) Para os jornalistas, números são sempre uma "Má Temática"
 
Veículo:
CORREIO BRAZILIENSE - DF 
Editoria:
ECONOMIA  
Data:
28/12/2008 
Assunto:
SAFRAS
Aposta em produtos básicos, com pouca diversificação, demonstra fragilidade

Luciano Pires e Luciana Navarro

Da equipe do Correio Brasiliense:

O vendaval que varreu os mercados em 2008 arrastou tudo o que encontrou pela frente, inclusive as cotações das matérias-primas mais negociadas entre os países. Vítimas do mau humor dos fundos clássicos de investimento, as commodities inverteram a trajetória de alta dos últimos dois anos e passaram a cair. O tombo foi dos grandes e terá reflexos duradouros. Com a esperada queda na demanda global, além da recessão em boa parte do mundo rico, dificilmente os patamares ostentados até o primeiro semestre deste ano se repetirão.

Para os países emergentes, que são grandes produtores de itens agrícolas, metálicos e minerais, tal previsão soa trágica. Isso porque boa parte da entrada de dólares nessas economias depende do desempenho das exportações de soja, milho, minério de ferro, zinco e cobre, entre outros. O Brasil, que ao longo das últimas três décadas patinou ao tentar agregar valor à sua pauta de comércio internacional, deverá amargar perdas.

José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que o Brasil errou ao apostar tanto nas commodities. "Nenhum país pode ficar tão dependente de algo de que não tem controle, de produtos cujos preços são definidos pelo mercado internacional", justifica. Castro defende mudanças nas leis para garantir maior competitividade e não deixar com que o país fique para trás em um eventual momento de recuperação econômica. "Precisamos de uma reforma tributária para que consigamos exportar", completa.

Sobe e desce

Antes do estouro da bolha imobiliária americana, o céu era o limite para as mercadorias primárias negociadas ou influenciadas pelas bolsas de valores. Agora, os analistas se perguntam qual é o piso. Uma pequena amostra do que ocorreu com as commodities neste período de turbulência pode ser verificada na evolução mês a mês do índice CRB, referência internacional que monitora 19 itens primários. Em dezembro de 2007, a taxa estava em 358,71 pontos, saltando em julho de 2008 para o patamar recorde de 473,97 pontos. Neste mês, no entanto, CRB despencou para o menor nível em seis anos, marcando 208,58 pontos.

A volta dos bons tempos está diretamente ligada à capacidade que os grandes players mundiais terão de se recuperar, voltando a crescer e a importar materiais. A China, a Índia e a Rússia terão papéis de protagonistas até 2010, dizem os analistas. "Em 2009, a demanda será fraquíssima e, em 2010, se o mundo conseguir desatar o nó, pode começar a melhorar", prevê Castro. Segundo ele, o momento é de ajustar-se ao cenário sem perder o foco. "O Brasil deveria ser mais ativo e buscar novas fronteiras para acordos comerciais como a China faz com a África", afirma o representante da AEB.

O presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, diz que o Brasil não pode e não deve insistir no "erro histórico" de centrar suas forças nas commodities justamente no momento em que o planeta experimenta uma forte retração de demanda. "Deveremos ter seis meses em 2009 de muita incerteza. Depois, só o tempo dirá quando nós e o mundo iremos nos levantar. O governo brasileiro precisa ser ágil, tem de quebrar paradigmas e mostrar ao planeta que temos condições de superar essa crise", explica.

Inversão de prioridades

A retração dos importadores mundiais obrigou alguns segmentos acostumados a olhar sempre para fora a inverter prioridades. Indústrias que ganharam força nos últimos anos por causa dos seguidos recordes nas vendas internas, como é o caso da automobilística, multiplicaram sua importância em tempos de incerteza econômica. O mercado doméstico vem sendo considerado a tábua de salvação para boa parte dos problemas até agora detectados pelos setores que lidam com commodities (produtos com cotação internacional).

As siderúrgicas apostam em dias melhores, ainda que o Brasil conviva, eventualmente, com pequenos solavancos no emprego e na renda dos trabalhadores nos próximos anos. Os resultados de 2010 e 2011 dependem intimamente do que vai acontecer em 2009, alertam. "Precisamos preservar a riqueza maior do país, que é o mercado interno", diz Marco Polo de Mello Lopes, vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). Neste ano, as exportações de minério vão crescer 10%. Em preço, de 2007 até agora, a valorização é de 65% - em ambos, saldos bem acima do esperado.

Mas devido à paralisia dos compradores internacionais, tudo indica que performances tão boas como essas não serão possíveis em 2009 ou mesmo em 2010. Por esse motivo, Lopes não vê outra opção a não ser continuar incentivando as demais cadeias produtivas a fazer girar a roda do crescimento. Os números de 2008 sustentam a tese. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), até novembro, a venda de automóveis, caminhões e comerciais leves foi 17,36% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Entre todos os produtos listados na balança comercial brasileira, as commodities representam 55% - excluindo petróleo. Tanto peso assim não consegue ser redistribuído de uma hora para outra. Os itens agrícolas, por exemplo, funcionam como pilares e ajudam a sustentar até mesmo o superávit de setores com algum valor agregado. A soja, carro-chefe das exportações nacionais, acumula perdas significativas nas principais bolsas do mundo. Para o Brasil, isso é um péssimo sinal, pois a próxima safra de grãos deverá encolher pelo menos 5%, ficando na casa dos 140 bilhões de toneladas.

Ainda é cedo para apostar em quedas de exportações no mesmo nível do verificado nas fazendas e mais cedo ainda para arriscar em que patamar ficará a cotação da soja no mercado externo. Por via das dúvidas, os produtores brasileiros já buscam oportunidades de comercialização dentro do Brasil. O número de contratos fechados com as tradings, multinacionais que ajudam a fomentar a atividade agrícola, está caindo. José Augusto de Castro, da AEB, diz que o Brasil precisa incentivar o aumento da produção agropecuária - são 90 milhões de hectares agricultáveis não utilizados. "China e Índia não têm espaço para crescer , mas investem na África porque pensam no futuro", afirma. (LN e LP)

Fonte: Correio Brasiliense

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