Dólar sobe quase 1% e se reaproxima dos R$5,60 sob influência do exterior
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Após superar os 5,60 reais durante a sessão, o dólar à vista fechou a quarta-feira pouco abaixo deste patamar no Brasil, em alta de quase 1%, com as cotações acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior, em mais um dia de elevação dos rendimentos dos Treasuries e de preocupações com a China.
O dólar à vista fechou em alta de 0,98%, cotado a 5,5874 reais. Em outubro, a divisa acumula elevação de 2,54%.
Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,87%, a 5,5990 reais na venda.
Assim como ocorreu em sessões anteriores, os yields dos Treasuries voltaram a subir nesta quarta-feira em meio à reprecificação do mercado para o futuro da taxa de juros nos EUA. Os dados de emprego da última sexta-feira continuaram a conduzir as apostas de que o Federal Reserve cortará juros em apenas 25 pontos-base em novembro -- e não em 50 pontos-base, como ocorreu em setembro.
Neste cenário de juros não tão baixos nos EUA, o dólar ganhou força ante a maior parte das demais divisas, incluindo o real, com investidores também à espera da divulgação da ata do último encontro do Federal Reserve, no meio da tarde.
Além da política monetária dos EUA, parte do foco dos investidores permaneceu voltada para a China. O governo chinês anunciou nesta quarta-feira que o Ministério das Finanças realizará uma entrevista coletiva no sábado para detalhar as medidas fiscais de estímulo para impulsionar a economia. Na terça-feira os investidores globais haviam demonstrado certa decepção com as medidas anunciadas.
“Tem a questão da China também, do estímulo ser menor que o mercado esperava, o que impactou as commodities”, comentou durante a tarde o chefe da mesa de operações do C6 Bank, Felipe Garcia.
Ele chamou a atenção para o fato de as divisas de países emergentes estarem perdendo valor ante o dólar durante a sessão, acrescentando que “o real aqui é a pior moeda”.
Após registrar a cotação mínima de 5,5318 reais (-0,03%) às 9h01, logo após a abertura, o dólar à vista atingiu a máxima de 5,6004 reais (+1,21%) às 15h52, já após a divulgação da ata do Fed.
O documento mostrou que uma "maioria substancial" das autoridades na reunião de setembro do Fed apoiou o início do ciclo de corte de juros com uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica. No entanto, pareceu haver ainda mais concordância de que, com o movimento inicial, o Fed não estaria comprometido com nenhum ritmo específico de cortes no futuro.
“A ata não parece trazer informações suficientes para impactar de forma relevante o atual consenso de mercado que aponta para mais dois cortes de 0,25 (ponto percentual dos juros) até o final do ano”, avaliou economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, em comentário enviado a clientes.
Neste cenário, às 17h08 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,42%, a 102,920.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 1º de novembro de 2024.
À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 4,148 bilhões de dólares em setembro, com saídas de 4,574 bilhões de dólares pelo canal financeiro e entradas de 426 milhões de dólares pela via comercial.
0 comentário
Inflação cai abaixo de 200% na Argentina em meio a queda do consumo
Dólar fecha estável ante real com ata do Copom e expectativa por medidas fiscais
Alemanha deve realizar eleição antecipada em 23 de fevereiro
Dólar tem leve baixa, mas segue acima dos R$5,76 com forte pressão externa
Dólar tem leve alta na abertura com contínuo impulso de vitória de Trump
BC diz que piora adicional nas expectativas de inflação pode prolongar aperto nos juros