Estiagem se alastra por 235 municípios do País

Publicado em 13/01/2009 13:28
O número de municípios que decretou situação de emergência por causa da estiagem e com processo em andamento na coordenadoria geral da Secretaria de Defesa Civil é de 235. Mas estão fora dessa conta outras tantas cidades que também já se enquadraram na mesma situação de emergência ainda não homologada pelos respectivos estados nem tampouco reconhecida pelo governo federal.

No Paraná, por exemplo, a falta de chuva já levou seis municípios a recorrerem a essa condição emergencial, um deles, Renascença (região sudeste do estado), já teve a situação homologada. Os outros cinco municípios (Floresta, Santa Helena, São Pedro do Ivaí, Saudade do Iguaçu e Cornélio Procópio) ainda estão sendo analisados. E Maringá também está prestes a entrar nessa lista.

Ainda em dezembro, o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura já anunciava uma quebra de 15% sobre a safra de grãos estimada em 21,65 milhões de toneladas. E de acordo com Otmar Hubner, engenheiro agrônomo do Deral, o novo levantamento concluído hoje aponta uma "quebra ainda maior". "A chuva que deixou de cair desde o dia nove de novembro provocou um déficit hídrico grande em várias regiões do estado", explica Hubner.

Dados do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) revelam que no mês de novembro choveu apenas dois milímetros (mm) na região de Campo Mourão. Em dezembro choveu só 32 mm em Santa Helena. A mínima histórica registrada nessa época do ano é de 200 mm. Só o litoral está livre dessa estiagem, faixa de terra onde não é cultivada nenhuma lavoura.

A situação é pior, segundo o Deral, nas regiões oeste e sudoeste do Paraná, "entre os municípios de Palotina e Toledo até Francisco Beltrão e Pato Branco". Até agora a maior quebra foi registrada nas lavouras de feijão, 26%. A safra de milho não deve passar de seis milhões de toneladas - perda superior a 20% - e a quebra na produção de 12,2 milhões de toneladas de soja deve continuar inferior a 10%. As previsões do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) estimam uma quebra de apenas 6,6¨%.

Nas regiões gaúchas que enfrentam estiagem foram registradas algumas precipitações, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A quantidade, insuficiente para recuperar os mananciais hídricos, reduziu pelo menos em parte as perdas nas culturas de milho e feijão. Desde o dia 8 de dezembro, 62 municípios do Rio Grande do Sul decretaram situação de emergência.

A região sul do Mato Grosso do Sul também está no mapa da falta de chuva, e a soja a principal vítima dessa seca. Marisvaldo Zeuli, presidente do Sindicato Rural de Dourados, explica que dos 140 mil hectares do grão lá cultivados, 90 mil são de variedades precoces e foram eles os mais atingidos, perda de 40%. Nos outros 50 mil hectares de soja tardia, a perda deve ficar em 15%. "O milho já foi todo perdido, os 20% que sobraram não cobre o custo da máquina no campo.

Zeuli calcula que a perda entre os produtores da região chegue a R$ 88 milhões, levando em consideração a média de produtividade de 45 sacas por hectare. No município vizinho, Laguna Caraapã, o engenheiro agrônomo José Tarso Rosa estima que, de cada um dos 500 hectares que cultiva, vá deixar de colher 20 sacas de 60 quilos. Os dois municípios decretaram situação de emergência.

Quase 100 municípios baianos também decretaram situação de emergência em virtude da seca. Em Alagoas, outros 18 estão na mesma situação. Já na Paraíba a seca atinge 34 cidades do estado.

Fonte: Gazeta Mercantil

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Fonte:
Gazeta Mercantil

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