Bovespa fecha em queda de 4,01% com mercado tenso sobre bancos americanos

Publicado em 20/01/2009 22:45

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) desabou no pregão desta terça-feira, refletindo o mau humor predominante nas Bolsas americanas. O setor bancário continua no foco das preocupações de investidores e analistas, à medida em que mais balanços de 2008 revelam os estragos da crise dos créditos "subprimes" nas instituições financeiras. O câmbio atingiu R$ 2,37, mesmo após uma intervenção do Banco Central.

O discurso do novo presidente dos EUA, Barack Obama, também não ajudou a melhorar os ânimos nos mercados. O recém-empossado mandatário advertiu para as dificuldades no enfrentamento da crise."Hoje eu digo a vocês que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e muitos. Eles não serão encontrados de maneira fácil ou em um curto período de tempo", afirmou.

O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocedeu 4,01% no fechamento, atingindo os 37.272 pontos. O giro financeiro foi de R$ 2,86 bilhões, ainda bastante fraco. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que ainda opera, amarga retração de 3,43%.

"Acredito que o discurso do Obama teve pouco efeito sobre o mercado, que estava muito mais preocupado com os bancos. Já vimos os problemas com o Citigroup e o Bank of America, ontem já tivemos o Royal Bank, que previu prejuízo de US$ 41 bilhões, e hoje as ações do State Street já estavam caindo mais de 50% em Nova York", comentou Frederico Mesnik, sócio da Humaitá Investimentos.

"O volume também está fraco e há muita gente que aproveita para fazer alguma especulação. O efeito manada está muito forte e enquanto o mercado não perceber alguns sinais de melhora, vai continuar assim", acrescenta.

O dólar comercial foi negociado por R$ 2,372 na venda, em alta de 1,71%. A taxa de risco-país marca 456 pontos, número 2,01% acima da pontuação anterior. Por volta das 15h24, o Banco Central vendeu dólar, sem deter a escalada dos preços.

O banco americano State Street anunciou uma queda de 13% no lucro do quarto trimestre e advertiu que 2009 deve ser um "ano difícil", com projetando estabilizando estabilidade nos resultados deste ano. O State Street foi um dos primeiros bancos a receberem ajuda financeira do governo americano.

Entre outras notícias, a fabricante norte-americana de produtos para saúde e higiene pessoal Johnson & Johnson reportou um lucro de US$ 2,71 bilhões (US$ 0,97 por ação) no quarto trimestre de 2008, contra US$ 2,37 bilhões (US$ 0,82 por ação) um ano antes. As vendas caíram 4,9%, para US$ 15,18 bilhões, abaixo do previsto por analistas (US$ 15,97 bilhões).

A VCP (Votorantim Celulose e Papel) e a Aracruz estimaram hoje que devem concluir a fusão de suas operações em cinco meses. Hoje, a VCP anunciou a compra de 28,03% da Aracruz por R$ 2,71 bilhões. Além disso, pode nos próximos dias adquirir pelo mesmo preço outros 28,03%.

A ação preferencial da VCP perdeu 3,65% enquanto a ação da Aracruz despencou 11,32%.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) revelou que o volume faturado e o nível de emprego no setor industrial tiveram o pior desempenho desde 2003. O faturamento da indústria brasileira caiu 9,9% entre outubro e novembro, enquanto o total de mão-de-obra empregada recuou 0,6% no mesmo período.

Copom

Investidores também operaram sob expectativa do Copom (Comitê de Política Monetária), que anuncia amanhã a nova taxa básica de juros do país --atualmente em 13,75% ao ano. Projeções do setor financeiro variam entre um corte de 0,50 ou 0,75 ponto percentual. "A forte desaceleração na atividade (...) bem como resultados mais favoráveis da inflação na margem --com destaque a para a deflação dos preços por atacado- parecem justificar um corte inicial na taxa Selic acima do que se imaginava inicialmente", avaliou Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia, que espera um corte de 0,75 ponto.


Fonte: Folha Online

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Folha Online

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