Minério de ferro cai à medida que tarifas sino-americanas alimentam tensões da guerra comercial
CINGAPURA, 5 de março (Reuters) - Os contratos futuros do minério de ferro caíram na quarta-feira, pressionados pelas tarifas retaliatórias entre os Estados Unidos e a China, maior consumidora de metais, superando o otimismo sobre a melhora da demanda pelo aço chinês.
O contrato de minério de ferro mais negociado de maio na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou em queda de 1,34%, a 771 yuans (US$ 106,18) a tonelada métrica.
O minério de ferro de referência para abril na Bolsa de Cingapura caiu 1,42%, para US$ 99,4 a tonelada, às 07h05 GMT.
A duplicação dos impostos sobre produtos chineses para 20% pelo presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em vigor na terça-feira, provocando rápida retaliação de Pequim e gerando preocupações com uma guerra comercial.
Pequim aumentou as taxas de importação que cobrem US$ 21 bilhões em produtos agrícolas e alimentícios americanos, suspendeu as licenças de importação de soja de três empresas americanas e interrompeu as importações de toras.
"O sentimento também foi impactado pela perspectiva de novas tarifas", disseram analistas do ANZ.
As tarifas dos EUA sobre aço e alumínio devem entrar em vigor em 12 de março.
A China desbloqueou mais estímulos fiscais na quarta-feira, prometendo maiores esforços para apoiar o consumo e amortecer o impacto de uma guerra comercial crescente com os Estados Unidos, com medidas específicas, incluindo uma expansão significativa no esquema de troca de Pequim lançado no ano passado.
A China disse que reestruturaria sua gigante indústria siderúrgica por meio de cortes na produção, embora não tenha anunciado nenhuma meta em sua intervenção mais recente para lidar com o excesso de capacidade no setor.
"Tanto a oferta quanto a demanda de minério de ferro importado na China devem se fortalecer em março, geralmente um mês em que o consumo de aço no país é forte", disse a consultoria chinesa Mysteel.
"Isso deve manter os preços do material siderúrgico firmes."
A maioria dos benchmarks de aço na Bolsa de Futuros de Xangai perdeu terreno. O vergalhão caiu 0,7%, a bobina laminada a quente caiu 0,56%, o fio-máquina caiu quase 0,8%, enquanto o aço inoxidável registrou um ganho modesto de 0,38%.
Outros ingredientes siderúrgicos no DCE caíram, com carvão coque e coque perdendo 3,32% e 2,66%, respectivamente.
($1 = 7,2614 yuan chinês)
Reportagem de Michele Pek; Edição de Sumana Nandy e Sherry Jacob-Phillips