Pressão aumenta tanto no atacado quanto no varejo e alta do IGP-DI dispara a 1,0% em fevereiro

Publicado em 10/03/2025 08:22

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve alta de 1,0% em fevereiro, depois de avanço de 0,11% no mês anterior, com forte aumento da pressão dos preços tanto no atacado quando no varejo, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira.

O resultado ficou um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,15% e levou o índice a subir em 12 meses 8,78%.

No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, teve alta de 1,03%, de variação positiva de 0,03% no mês anterior.

"As principais influências nos preços ao produtor vieram de ovos e milho, ambos impactados em fevereiro pelo mesmo fator: demanda elevada e baixa disponibilidade. No caso do milho, somam-se desafios logísticos, o que tem pressionado os preços de forma temporária, com potencial de afetar outros produtos da cadeia alimentar, especialmente as proteínas animais", explicou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

Dentro do IPA, os preços dos ovos dispararam 33,86% em fevereiro, depois de uma queda de 2,05% no mês anterior, enquanto o milho em grão passou a subir 4,80%, de recuo de 1,66%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) - que responde por 30% do IGP-DI - mostrou que a pressão aos consumidores aumentou ao acelerar a alta a 1,18% em fevereiro, de 0,02% em janeiro.

Neste caso, o principal impacto veio do fim do bônus de Itaipu nas tarifas de energia elétrica em fevereiro, que respondeu por quase 50% da pressão sobre os preços ao consumidor.

Os custos do grupo Habitação passaram de uma queda de 2,43%em janeiro para alta de 3,80% em fevereiro, com a tarifa de eletricididade residencial subindo 17,68% após queda de 13,58%.

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, teve desaceleração da alta a 0,40% em fevereiro, de 0,83% antes.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Fonte: Reuters

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