Câmara dos Deputados da Argentina autoriza governo a negociar novo acordo com FMI

Publicado em 19/03/2025 17:36 e atualizado em 20/03/2025 07:21

BUENOS AIRES (Reuters) - A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta quarta-feira um decreto que autoriza o governo a fechar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter novos fundos, enquanto manifestantes protestavam do lado de fora do Congresso contra o presidente Javier Milei.

O decreto foi aprovado com 129 votos a favor e 108 contra, com seis abstenções.

A aprovação permite que o ultraliberal Milei feche um novo acordo que traria tranquilidade aos mercados e permitiria que a Argentina, que atualmente paga uma dívida de US$44 bilhões à organização, avançasse na liberação de seu mercado de capitais. Detalhes sobre o novo acordo, como o valor, ainda são desconhecidos.

Como se encontra em minoria absoluta no Congresso, o governo decidiu desafiar a lei argentina e aprovar o acordo por decreto. Tendo agora sido ratificado pela Câmara dos Deputados, o acordo não precisa ser debatido no Senado.

"Tenho uma visão crítica de apoio e votarei a favor", disse a repórteres Miguel Pichetto, deputado da oposição peronista moderada. "Tenho uma visão crítica do decreto, acho que faltam explicações... mas acho que temos que pensar fundamentalmente sobre a Argentina", acrescentou.

Milhares de ativistas de partidos de oposição, sindicatos e organizações sociais se mobilizaram em torno do Congresso, no centro de Buenos Aires, para protestar contra o ajuste previdenciário implementado por Milei desde que ele assumiu o cargo no final de 2023.

Na última quarta-feira, uma marcha semelhante terminou com ferimentos graves e prisões em decorrência de confrontos entre a polícia e os manifestantes.

O mercado acionário de Buenos Aires fechou a quarta-feira com um ganho de 4,52% no índice de referência S&P Merval, enquanto a dívida soberana no mercado de balcão subiu 0,4% em média, com o risco-país caindo 19 unidades para 772 pontos-base.

(Reportagem de Nicolás Misculin; reportagem adicional de Jorge Otaola)

Fonte: Reuters

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