Dólar tem leve alta com exterior, mas segue abaixo dos R$5,50
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a terça-feira em leve alta no Brasil, mas ainda abaixo dos R$5,50, em meio aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio e à expectativa antes das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, na “superquarta”.
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,18%, aos R$5,4972. No ano a divisa acumula baixa de 11,03%.
Às 17h26 na B3 o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,21%, aos R$5,5110.
Pela manhã o dólar oscilou em margens estreitas, entre altas e baixas, ao sabor das notícias sobre o conflito no Oriente Médio. No começo da tarde houve um fortalecimento mais perceptível do dólar ante o real, que saiu do território negativo e passou a registrar altas leves.
“Por trás do vai e vem está o cenário lá fora, de bastante cautela com a situação do Oriente Médio. Qualquer notícia nova acaba mexendo com os ativos de risco, o que dá suporte ao dólar como fonte de segurança”, comentou durante a tarde João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos. “Qualquer manchete acaba gerando burburinho.”
Entre as principais notícias, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu uma “rendição incondicional” do Irã e disse que o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, não seria morto “pelo menos por enquanto”.
Já Israel atingiu dezenas de alvos ligados aos programas nucleares e de mísseis balísticos do Irã e lançou uma guerra cibernética maciça sobre o país. O Irã seguia com ataques aéreos contra Israel.
Neste cenário, após registrar a cotação mínima de R$5,4662 (-0,38%) às 11h07, o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,5085 (+0,39%) às 15h40.
A moeda norte-americana, no entanto, não tinha fôlego para intensificar o movimento nem para um lado nem para outro, em função da cautela dos investidores antes da superquarta, quando o Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidem suas taxas de juros.
Enquanto os Fed Funds precificavam nesta terça-feira quase 100% de probabilidade de manutenção dos juros nos EUA na faixa de 4,25% a 4,50%, os ativos no Brasil seguiam demonstrando uma divisão sobre o que o BC fará com a Selic, hoje em 14,75% ao ano.
A precificação no mercado brasileiro mostrava cerca de 60% de probabilidade de elevação de 25 pontos-base da taxa básica, contra cerca de 40% de chances de manutenção.
Entre os agentes do mercado, a leitura é de que um aumento adicional de 25 pontos-base tornaria o Brasil ainda mais atrativo ao capital internacional, o que em tese pode gerar uma pressão de baixa para o dólar na quinta-feira -- caso o cenário externo esteja calmo.
No fim da tarde desta terça-feira, o cenário externo era de alta do dólar ante a maioria das demais divisas, com investidores em busca da segurança da moeda norte-americana em função do conflito no Oriente Médio.
Às 17h24 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,67%, a 98,841.
Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.
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