Ibovespa tem alta modesta com exterior e ata do Copom sob holofote

Publicado em 24/06/2025 11:41 e atualizado em 24/06/2025 12:28

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava uma alta modesta nesta terça-feira, com a cena externa ainda sob os holofotes, após o presidente dos Estados Unidos anunciar um cessar-fogo entre Israel e Irã, embora depois tenha dito que ambos violaram a trégua.

Investidores também analisavam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que reforçou o cenário de pausa no ciclo de altas da Selic, embora com manutenção do nível atual por "período bastante prolongado".

Por volta de 11h30, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,28%, a 136.927 pontos, enfraquecido pelas ações de petrolíferas, em mais um dia de queda relevante dos preços do petróleo no exterior. O volume financeiro no pregão somava R$4,88 bilhões.

Na véspera, o presidente Donald Trump afirmou na Truth Social que um cessar-fogo entre Israel e Irã estava em vigor, mas nesta terça-feira a imprensa iraniana e israelense relataram novos ataques aéreos israelenses contra o Irã.

Os ataques ocorreram minutos depois que Trump disse que Israel havia cancelado o ataque em resposta ao seu comando.

Apesar da fragilidade da trégua, prevalecia entre agentes financeiros a percepção de um risco menor de interrupções na oferta do Oriente Médio, o que se refletia em novo ajuste de baixa nas cotações do petróleo no exterior.

Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário brasileiro, avançava 0,72%.

No Brasil, o BC afirmou na ata do Copom que elevou a Selic a 15% na semana passada em razão da resiliência da atividade, mas pontuou que grande parte dos impactos da política monetária contracionista ainda está por vir.

A autarquia também afirmou na ata que, após a interrupção do ciclo de alta, prevista para a próxima reunião, o Copom irá observar se o patamar dos juros é apropriado para levar a inflação à meta de 3%.

"Ressaltou-se que, determinada a taxa apropriada de juros, ela deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado devido às expectativas desancoradas", afirmou o BC na ata.

Na visão do economista Álvaro Frasson, do BTG Pactual, a barra é muito alta para o BC reabrir um ciclo de alta de juros e o ciclo de cortes não começará neste ano.

"Contudo, ao apostar nos efeitos defasados para reancorar as expectativas de inflação, o BC deixa a sensação que pode iniciar um ciclo de corte de juros antes das projeções de inflação estarem abaixo da meta de inflação", acrescentou.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,5%, em dia mais positivo para empresas sensíveis à economia doméstica, com BRADESCO PN subindo 0,91%, BANCO DO BRASIL ON valorizando-se 1,19% e SANTANDER BRASIL UNIT registrando acréscimo de 1,85%.

- PETROBRAS PN recuava 1,94%, acompanhando o declínio do petróleo no exterior, onde o barril Brent caía 4,7%. No setor, BRAVA ON perdia 3,53%, PETRORECONCAVO ON cedia 2,98% e PRIO ON era negociada em baixa de 2,57%.

- CVC BRASIL ON subia 7,42%, endossada pelo alívio nas taxas dos contratos de DI, que amparava também papéis como VAMOS LOCAÇÃO ON, em alta de 6,06%, e MAGAZINE LUIZA ON, com elevação de 4,49%.

- IGUATEMI UNIT valorizava-se 2,32%, após o conselho de administração aprovar a venda de participações em shopping centers e empreendimentos que somam R$500 milhões. No setor, MULTIPLAN ON avançava 2,53% e ALLOS ON tinha alta de 2,23%.

- VALE ON caía 0,4%, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com declínio de 0,42%.

- SÃO MARTINHO ON perdia 2,15%, após estimar que o processamento de cana-de-açúcar na safra 2025/2026 deve crescer 3,7% sobre a temporada anterior, para 22,6 milhões de toneladas. A companhia também projetou um ATR médio de 139,9 quilos por tonelada, queda de 1,9% na mesma comparação.

- C&A ON, que não está no Ibovespa, avançava 2,53%, após encerrar parceria com o Bradesco e a Bradescard, pagando R$650,6 milhões referentes à recompra dos direitos de ofertar produtos e serviços financeiros. Também vendeu direitos relacionados à carteira do cartão por R$170 milhões.

Fonte: Reuters

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