Ibovespa recua com pressão de BB e Petrobras em meio a balanços e dados de emprego dos EUA

Publicado em 01/08/2025 17:45

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, pressionado particularmente pelo recuo de Banco do Brasil e Petrobras, com agentes financeiros também repercutindo resultados de empresas como Vale, Gerdau, CSN e Marcopolo, além de dados de emprego dos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,48%, a 132.437,39 pontos, tendo marcado 133.236,92 pontos na máxima e 132.140,3 pontos na mínima do dia. Na semana, acumulou uma perda também de 0,48%. O volume financeiro na sessão somou R$21,5 bilhões.

A B3 experimentou problemas técnicos nesta sexta-feira para atualizar a publicação do Ibovespa e outros índices de ações, como o Small Caps, no Market Data, serviço de envio de informações e notícias em tempo real geradas pela bolsa. A publicação foi normalizada no começo da tarde.

A última sessão da semana também contou com a primeira prévia do Ibovespa, que irá vigorar de setembro a dezembro, que incluiu os papéis da construtora Cury e excluiu as ações da produtora de açúcar e etanol São Martinho.

Nos EUA, foram abertas 73.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, após 14.000 em junho, em dado revisado para baixo, e previsão de 110.000 postos. A taxa de desemprego subiu de 4,1% em junho para 4,2% em julho.

"As chances de um corte de juros (nos EUA) em setembro acabam de aumentar consideravelmente", afirmou a estrategista-chefe global da Principal Asset Management, Seema Shah.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 1,6%, o Nasdaq caiu 2,2% e o Dow Jones cedeu 1,2%, em meio à repercussão, além dos dados do mercado de trabalho, de novas tarifas dos EUA sobre dezenas de parceiros comerciais e ao balanço da Amazon.

DESTAQUES

- BANCO DO BRASIL ON caiu 6,85%, refletindo revisão em perspectivas de lucros para o banco estatal, que divulga balanço no dia 14 de agosto. Em relatório, analistas do BTG Pactual cortaram previsões para o banco e reduziram o preço-alvo de R$30 para R$24, reiterando recomendação neutra.

- BRADESCO PN valorizou-se 0,19%, ainda sob efeito da repercussão aos números do segundo trimestre, que agradaram analistas. Na contramão, ITAÚ UNIBANCO ON caiu 0,61% e SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 2,31%.

- PETROBRAS PN caiu 1,32%, minada pela fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou em baixa de 2,83%. A estatal também anunciou nesta sexta-feira um aumento de 4,7% do preço médio de venda do querosene de aviação (QAV) para distribuidoras.

- VALE ON subiu 0,54%, mas terminando distante da máxima do dia, quando chegou a avançar 2,7%, após lucro líquido de US$2,12 bilhões no segundo trimestre, bem acima das previsões de analistas. A mineradora afirmou que o minério de ferro a US$100/t traz boa chance de dividendos adicionais.

- GERDAU PN cedeu 4,69%, após reportar lucro líquido ajustado de R$864 milhões, queda de 8,6% ano a ano. O grupo siderúrgico decidiu reduzir investimento no Brasil e afirmou que demitiu desde o início do ano 1.500 trabalhadores no país, em parte, diante da pressão de aço importado.

- CSN ON fechou em queda de 4,99%, mesmo após reduzir seu prejuízo líquido em 41,7% no segundo trimestre, para R$130,4 milhões. A companhia disse que tentará elevar preços de aço no terceiro trimestre e que deve contratar em breve assessores para venda de ativos de logística.

- MARCOPOLO PN valorizou-se 7,63% após balanço mostrando expansão de 28% no seu lucro líquido do segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$321,1 milhões, o que agradou analistas, que ainda veem perspectivas ainda positivas para a empresa em 2025.

- MARFRIG ON avançou 0,56%, após afirmar que as operações no Brasil continuam normalmente e sem impactos na receita e na rentabilidade decorrentes dos efeitos da nova política tarifária dos EUA. Na véspera, as ações haviam desabado 10%. BRF ON, controlada pela Marfrig, subiu 1,35%.

- EMBRAER ON recuou 2%, em dia de ajustes, após cinco altas seguidas, período em que acumulou ganho próximo de 23%. Tal performance foi puxada principalmente pelo salto de quase 11% na quarta-feira, após decreto dos EUA sobre aumento de tarifas a produtos brasileiros excluir aeronaves e peças.

Fonte: Reuters

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