Dólar tem leve baixa em dia de agenda doméstica cheia e pouca oscilação

Publicado em 27/08/2025 17:24

 

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar registrou leve baixa ante o real no fechamento desta quinta-feira, tendo oscilado em faixa estreita durante toda a sessão, conforme os investidores acompanharam os movimentos da moeda norte-americana no exterior, sem observarem fatores impactantes na agenda doméstica.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,29%, a R$5,41821.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,28%, a R$5,423 na venda.

A moeda brasileira ficou quase completamente dependente do desempenho da divisa dos Estados Unidos no exterior neste pregão. Pela manhã, enquanto o dólar avançava nos mercados globais, o real acumulou perdas ante a divisa de reserva global.

Foi nesse momento que o dólar atingiu a cotação máxima do dia, de R$5,4574 (+0,43%), às 11h29.

Os investidores reajustavam suas posições após dias ruins para a moeda norte-americana, na esteira do aumento das apostas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve e da nova frente aberta na ofensiva do presidente Donald Trump contra o banco central dos EUA.

Ao longo do dia, as preocupações com a tentativa de Trump de demitir a diretora do Fed Lisa Cook nesta semana voltaram a pressionar as negociações, levando a uma mudança de direção do dólar globalmente, o que também favoreceu o real.

Na mínima do dia, a divisa dos EUA atingiu R$5,415 (-0,35%), às 14h38.

"Real acompanhou o dólar lá fora em meio à incerteza sobre a política monetária e a independência do banco central norte-americano. Fomos vendo a alta do dia se esfriando, com um movimento de ajuste e volatilidade", disse João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,05%, a 98,216.

O mercado doméstico sofreu pouca influência de fatores internos na sessão, mesmo diante de uma agenda cheia, que contou com falas de autoridades e divulgação de dados econômicos.

No período da tarde, os agentes monitoraram comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que disse durante evento que a convergência da inflação à meta de 3% está ocorrendo de forma lenta, ressaltando que a taxa Selic, agora em 15%, deve permanecer por período prolongado nesse patamar.

Na frente de dados, o destaque ficou por conta do relatório do Caged, que mostrou que o Brasil abriu 129.775 vagas formais de trabalho em julho, em resultado abaixo do esperado em pesquisa da Reuters.

Entre a mínima e a máxima do dia, a moeda norte-americana variou apenas 4 centavos de real.

Mais cedo, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$1,833 bilhão em agosto até o dia 22.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Proposta aprovada moderniza regras para circulação de máquinas agrícolas no país
Comissão de Agricultura do Senado encerra 2025 com avanços e 28 propostas aprovadas
Por 48 votos a 25, projeto da dosimetria de penas segue para sanção
Trump diz que próximo chair do Fed acreditará em juros bem mais baixos
Ações da China permanecem estáveis com setor de tecnologia em queda
França não está pronta para assinar acordo com o Mercosul, reafirma Macron