Dólar acompanha alívio no exterior e fecha em baixa antes do Copom

Publicado em 05/11/2025 17:08 e atualizado em 05/11/2025 17:48

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar fechou a quarta-feira em baixa no Brasil, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de países exportadores de commodities, em meio à redução dos receios de que possa haver uma forte correção de preços na bolsa norte-americana.

Também permeou os negócios a expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início da noite.

Após se aproximar dos R$5,40 na véspera, o dólar à vista fechou a quarta-feira em baixa de 0,70%, aos R$5,3614 na venda.

Às 17h29, na B3, o contrato de dólar futuro para dezembro -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,95%, aos R$5,3915.

O dólar oscilou perto da estabilidade no início do dia, mas ainda pela manhã se firmou no território negativo no Brasil, acompanhando a perda de força da moeda norte-americana ante outras divisas pares do real, como o peso mexicano e o peso chileno.

O movimento de busca por ativos de maior risco ocorreu em todo o mundo, com investidores deixando de lado -- ainda que por enquanto -- as preocupações de que possa haver uma baixa dos preços das ações nos EUA, após o boom da inteligência artificial.

A divulgação de dados da economia norte-americana reforçou o cenário positivo: o relatório da ADP mostrou geração de 42.000 postos de trabalho privados em outubro nos EUA, enquanto o índice de gerentes de compras do setor de serviços subiu de 50,0 em setembro para 52,4 em outubro. Economistas ouvidos pela Reuters projetavam 28.000 postos no setor privado e índice do setor de serviços em 50,8.

Assim, após oscilar acima dos R$5,40 na abertura, o dólar à vista atingiu a cotação mínima intradia de R$5,3579 (-0,76%) às 13h15.

A sessão foi de modo geral positiva para os ativos brasileiros, com as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) em queda e o Ibovespa renovando recordes, acima dos 153 mil pontos.

No mercado de câmbio, os investidores também aguardavam a decisão do Copom, a ser divulgada após as 18h30. A curva de juros e o mercado de opções de Copom da B3 seguiram precificando quase 100% de probabilidade de o BC manter a taxa básica Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira, mas os agentes estarão atentos ao comunicado da decisão.

A dúvida é se o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC passará indicações sobre a possibilidade do início dos cortes da Selic em dezembro ou em janeiro, ou se seguirá sugerindo uma taxa básica estável "por período bastante prolongado" -- algo que vem sendo interpretado como uma redução da taxa apenas em março.

Profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias têm lembrado que a Selic em 15%, somada ao fato de o Federal Reserve estar em processo de corte de juros, tem favorecido a queda do dólar ante o real.

No exterior, ainda que o dólar cedesse ante as divisas de países emergentes, a moeda demonstrava maior acomodação em relação a seus pares fortes. Às 17h27 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- tinha estabilidade, a 100,170.

(Edição de Isabel Versiani e Pedro Fonseca)

Fonte: Reuters

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