Lula dá ultimato à UE sobre acordo com Mercosul e diz que se pacto não sair agora endurecerá com europeus

Publicado em 17/12/2025 13:57

 

Por Eduardo Simões

17 Dez (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que se um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não for assinado em uma cúpula do bloco sul-americano no fim de semana um pacto não será assinado enquanto ele for presidente e o tom com os europeus será mais duro.

"Eu já avisei para eles que se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente", disse Lula em discurso durante reunião ministerial em Brasília.

Ao mesmo tempo, o presidente afirmou que ainda tem expectativa de que o acordo será concluído na cúpula do Mercosul marcada para o fim de semana em Foz do Iguaçu, mas prometeu endurecer caso isso não aconteça.

"Eu vou a Foz do Iguaçu na expectativa de que eles digam sim e não de que digam não, mas também se disserem não, nós vamos ser duros daqui para frente com eles, porque nós cedemos em tudo que era possível a diplomacia ceder", acrescentou.

O presidente disse ainda que o acordo, nos moldes em que está, é muito mais favorável à UE do que ao Mercosul, mas que o bloco sul-americano pretende concretizá-lo mesmo assim para dar uma demonstração de força do multilateralismo em meio ao crescimento do unilateralismo no mundo.

Nesta quarta, Itália e França avaliaram como prematura a assinatura de um acordo comercial entre UE e Mercosul neste momento, o que abalou as esperanças de finalização do acordo nos próximos dias.

Havia a expectativa de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajasse para o Brasil no final desta semana para assinar o acordo, alcançado há um ano após 25 anos de negociações com o bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

O Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu, o grupo de governos da UE, devem negociar um acordo sobre as salvaguardas do Mercosul ainda nesta quarta-feira, após os eurodeputados apoiarem o endurecimento de alguns controles sobre as importações de certos produtos agrícolas.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

Fonte: Reuters

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