Fome é tema de encontro

Publicado em 29/09/2009 09:49
Ministério põe na mesa dados sobre segurança alimentar e de projetos agrícolas

O Distrito Federal merece atenção especial quando o assunto é comida. De janeiro a agosto deste ano, quase duas mil pessoas receberam cestas básicas por pertencerem a famílias consideradas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Gente que tem na mesa muito pouco ou quase nada. A ação faz parte do Programa de Segurança Alimentar, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Os pequenos agricultores também foram socorridos pelo programa. Nos oito primeiros meses de 2009, 2,7 mil deles receberam assistência para aprender a gerir melhor seus negócios.

Esses e outros temas estarão em pauta hoje, a partir das 9h, na Academia de Tênis de Brasília, quando ocorre o Encontro Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: 3ª Conferência +2. A organização do evento espera reunir cerca de 350 participantes a cada dia, entre conselheiros regionais e gestores de segurança alimentar, dirigentes ligados ao assunto e outros membros.

O encontro acaba dia 1º de outubro. Eles também pretendem fazer um balanço das proposições da 3ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em julho de 2007, em Fortaleza.

A Ação de Distribuição de Alimentos é uma ação emergencial para assistir grupos específicos, como os acampados que pleiteiam o Programa de Reforma Agrária, afetados por construções de barragens e famílias vítimas de calamidades públicas, além dos povos e comunidades tradicionais, tais como indígenas, quilombolas e outros.

A indicação dos beneficiários, comunidades e quantitativos de cestas é definida pelos órgãos parceiros da ação, que representam os segmentos atendidos, como a Funai, Funasa, Fundação Cultural Palmares, Secretaria Nacional de Defesa Civil e outros órgãos.

DADOS DO DF

O secretário nacional de segurança alimentar, Crispim Moreira, explica que a situação do DF é uma das menos problemáticas, se comparado a outras unidades da federação. O último levantamento mostra que são 159.875 mil domicílios com insegurança alimentar. Dentro deste universo, 78,916 mil casas estão no grupo de insegurança alimentar leve, 54 mil moderada e 26.508 mil grave.

A escala é feita a partir de um questionário com 15 perguntas. "Perguntamos, por exemplo, para uma mãe, se ela estaria segura que o filho faria três refeições no dia seguinte. Ao responder que nunca, classificamos como grave; se ela disser que em apenas duas semanas ele terá três refeições, entra no moderado e assim por diante. O DF ainda tem que se preocupar, sim, mas em outros Estados do Norte e Nordeste, a situação é bem pior", ressalta o secretário.

As políticas voltadas para a agricultura urbana também serão discutidas no encontro. Inclui-se aí: as hortas, lavouras, viveiros, pomares, canteiros de ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades de processamento e beneficiamento agroalimentar realizados pela comunidade, além de feiras e mercados públicos. As ações visam a produção familiar de alimentos de forma comunitária, com uso de tecnologias em espaços urbanos. Participam do programa famílias beneficiárias dos programas sociais do MDS e moradoras dos perímetros urbanos.

O agricultor Argemiro Ribeiro Dias, 71 anos, diz que a inclusão no programa o ajudou muito. "Trocamos informações com outros agricultores e recebemos dicas de quem estuda o assunto. Todo conhecimento soma muito no nosso trabalho do dia a dia", afirma o agricultor, que planta e vende hortaliças em geral.

Ações para reduzir pobreza

O secretário de Nacional de Segurança alimentar espera que o diálogo com os especialistas do setor possa trazer novas ideias no que diz respeito ao combate à fome e pobreza no Brasil. No terceiro encontro, realizado em Fortaleza, seis diretrizes foram aprovadas. Uma delas recomenda o acesso universal à alimentação adequada e saudável.

"Nosso objetivo é realizar um balanço da implementação das re-soluções da 3ª Conferência; avançar e aprofundar o debate sobre a construção da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, além de fortalecer e ampliar a mobilização e articulação dos sujeitos e movimentos sociais que atuam nessa área", afirma Crispim Moreira.

INVESTIMENTOS

Todos os programas de segurança alimentar existentes no Distrito Federal somaram, até agosto, R$ 3,7 milhões em investimentos. Além da distribuição de cestas básicas e do estímulo à agricultura urbana, o Projeto Cozinha Brasil, que surgiu do resultado da parceria entre o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o Sesi, destinado a oferecer cursos gratuitos a alunos por meio de unidades itinerantes, é outro que apresenta resultados positivos. Somente no Distrito Federal, o projeto já capacitou quase 5,5 mil estudantes de escolas da rede pública de ensino.

SAIBA +

O Distrito Federal recebe do MDS, por ano, R$ 293,1 milhões para execução de programas sociais. As ações nas áreas de transferência de renda, assistência social e segurança alimentar beneficiam 365 mil pessoas. O Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do País, transfere por mês R$ 6,1 milhões para 79 mil famílias do DF.

Para os programas de assistência social até julho de 2009, o Ministério destinou R$ 123,5 milhões para realizar 85,9 mil atendimentos no Distrito Federal.

Os repasses em segurança alimentar alcançam R$ 3,7 milhões, atendendo 18,5 mil pessoas.

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Fonte:
Jornal de Brasillia - DF

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