Bovespa fecha em queda de 1,14%; investidor embolsa ganhos em dia nervoso
Mostrando que dezembro deve ser um mês volátil para o mercado de ações, os investidores embolsaram parte dos ganhos de ontem e derrubaram a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) na jornada desta terça-feira. Preocupações com agências de "rating" também deram o tom dos negócios de hoje, véspera do Copom no Brasil. E em um ambiente de maior nervosismo, a taxa de câmbio doméstica cravou R$ 1,75.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, recuou 1,14% no fechamento, aos 67.728 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,18 bilhões. Ainda operando, a Bolsa de Nova York cede 1,01%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,758, em um avanço de 2,14%. A taxa de risco-país marca 211 pontos, número 1,44% acima da pontuação anterior. "O que está 'mandando' no preço do dólar neste momento é o mercado futuro [BM&F]. O volume neste segmento aumentou muito. Os agentes financeiros que atuam no futuro devem estar posicionados em dólar a R$ 1,72 ou R$ 1,73 e não devem deixar a taxa cair abaixo disso", comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da corretora Dascam.
Em uma dia sem indicadores de destaque, as conversas nas mesas de operações de corretoras giraram em torno das agências de classificação de "rating" (risco de crédito). Tudo porque essas agências manifestaram preocupação com as consequências dos imensos gastos públicos realizados pelos países desenvolvidos para fazer frente à crise financeira mundial desde 2008.
Hoje, a agência de classificação de "rating" (risco de crédito) Fitch rebaixou a classificação da Grécia, com base em preocupações sobre o estado das contas públicas desse país. E ontem, a agência Moody's alertou para as dificuldades de grandes economias, como França e EUA, administrarem suas dívidas por conta da fraca recuperação econômica.
"Isso não quer dizer necessariamente que eles vão rebaixar esses países. Foi mais um comunicado para avisar que eles estão acompanhando essa questão. A questão é que hoje foi um dia de agenda bastante fraca. E dezembro é um mês de 'rallys' [oscilações de mercado] bem maiores. Ontem, a Bolsa subiu muito e hoje devolve boa parte desses ganhos. Vai ser assim até o final deste ano", sintetiza Eduardo Oliveira, profissional da Um Investimentos.
Entre outras notícais importantes do dia, o governo alemão informou uma queda de 1,8% na produção industrial do país em outubro, refletindo um recuo principalmente da demanda externa.
E o governo japonês aprovou um plano de estímulo econômico de 7,2 trilhões de ienes (cerca de US$ 80,6 bilhões). Quase metade dos recursos será utilizado para a geração de empregos.
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reportou uma safra de grãos de 140,4 milhões de toneladas, em um crescimento de 4,7% sobre 2009.
A FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou inflação de 0,07% em novembro, ante uma deflação de 0,04% em outubro, pela leitura do IGP-DI.
O mercado também trabalhou sob expectativa da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que anuncia amanhã, após o encerramento dos mercados, a nova taxa básica de juros do país.
Há pouca divergência entre economistas de que o resultado da reunião desta semana será a manutenção das taxas em 8,75% ao ano, ganhando mais importância o teor do comunicado oficial.
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