Bovespa retrai 2,83% no fechamento, em sua pior queda desde novembro

Publicado em 21/01/2010 18:19

China e EUA foram os "gatilhos" para que boa parte dos investidores disparasse ordens de venda no mercado de ações brasileiro nesta quinta-feira. Em sintonia com as demais Bolsas de Valores, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve sua pior baixa desde 12 de novembro do ano passado. A taxa de câmbio não ficou incólume a essa onda de nervosismo e cravou R$ 1,80, maior preço em quase quatro meses.

Neste mês, a moeda americana já valorizou 3,41%, enquanto a Bolsa contraiu 3,38%.

O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, cedeu 2,83% no fechamento, aos 66.270 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,61 bilhões. Ainda aberta, a Bolsa de Nova York perde 1,90%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,801, em alta de 0,41%. A taxa de risco-país marca 220 pontos, número 3,28% acima da pontuação anterior.

Pela manhã, os mercados já reagiram mal à forte expansão da China, temendo uma nova rodada de medidas em direção a um aperto monetário (alta dos juros), para conter o crescimento desse país, uma das "locomotivas" da economia global. Nos EUA, nem os balanços divulgados nem os indicadores conseguiram reverter esse mau humor.

Embora vários grandes bancos americanos tenham entregue lucros no trimestre, os investidores não apreciam os detalhes: as receitas ainda estão deprimidas, e o custo do crédito, alto, uma quadro inalterado até que as instituições vejam alguma recuperação do emprego. Para completar o dia, a gestão Obama baixou medidas para regulamentar o sistema financeiro que azedaram de vez o ânimo dos agentes financeiros.

"Essas medidas são necessárias, mas acho que o mercado, principalmente, o americano, não estava preparado. Eles esperavam que o sistema financeiro consolidasse por si mesmo, através de aquisições, de melhora dos resultados, mas essas medidas do Obama impõem vários limites, controlam a participação em fundos de 'hedge' [de alto risco], e acho que isso assustou um pouco", comenta Marcelo Mattos, operador da corretora Geraldo Correa.

Entre as principais notícias do dia, o governo chinês anunciou um crescimento econômico de 8,7% no ano passado, batendo mesmo as expectativas mais otimistas das autoridades locais. Em 2008, o país cresceu 9,6%. Também foi divulgada a inflação no país, que alcançou 5,4% (preços no atacado) mas teve uma deflação de 0,7%, considerando somente os preços ao consumidor. A produção industrial subiu 18,5%

Nos EUA, os indicadores do mercado de trabalho também não agradaram: a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego aumentou de forma inesperada, atingindo o montante de 482 mil pedidos iniciais, bem acima das expectativas.

As Bolsas de Valores acentuaram as perdas, no entanto, após o anúncio da Casa Branca de algumas regras rígidas para limitar o tamanho e as atividades dos bancos, impondo inclusive limites para a concessão de crédito. A crise de 2008 teve origem nos "exageros" do sistema financeiro no segmento de financiamento imobiliário, com a expansão dos empréstimos de alto risco.

Entre outras notícias importantes do dia, o banco de investimentos Goldman Sachs reportou um lucro de US$ 4,95 bilhões (US$ 8,20 por ação) para o quarto trimestre do ano passado, após uma perda de US$ 2,29 bilhões (US$ 4,97 por ação) um ano antes. Analistas estimavam um ganho de somente US$ 5,20 por ação.

No front doméstico, o Banco Central revelou que os juros dos empréstimos para pessoa física foram os mais baixos da série histórica (1994), atingindo 42,7% ao ano em 2009. O estoque de crédito atingiu R$ 1,4 trilhão, em seu décimo mês consecutivo de crescimento.

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Fonte:
Folha Online

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