Dólar fecha a R$ 1,86; Bovespa reage e sobe 0,28%
A taxa de câmbio brasileira subiu pelo oitavo dia consecutivo, no encerramento das operações desta quinta-feira. A cena externa, complicada por China e EUA, continua a pressionar as cotações da moeda americana.
Nas últimas oito sessões, a taxa já subiu 5,60%. Neste, a alta do dólar chega a 7,18%.
Dessa forma, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,866, em um avanço de 0,37% sobre a cotação final de ontem. As taxas oscilaram entre R$ 1,878 e R$ 1,845. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,980, estável sobre o fechamento de ontem.
Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) avança 0,28%, aos 65.253 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,72 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York cai 0,95%.
Profissionais de mercado listam pelo menos três razões fortes para a contínua alta dos taxas: primeiro, a própria valorização da moeda americana no exterior, com o euro caindo abaixo de US$ 1,40 pela primeira vez desde julho, num momento em que a economia europeia está sob "suspeita" com a crise na Grécia; segundo, a saída de investidores estrangeiros da Bolsa de Valores brasileira, com saldo negativo (vendas maiores que compras) de quase R$ 2 bilhões neste mês; e terceiro, no ajuste de posições no mercado futuro, com mais agentes apostando na valorização do dólar.
Como "pano de fundo", permanecem as preocupações fundamentais do mercado com a economia chinesa, "reprimida" pelo governo local para conter o crescimento; e os EUA, às voltas com uma nova regulamentação para o setor financeiro, e dificuldades na aprovação de Ben Bernanke para novo mandato no Federal Reserve (o banco central).
O Banco Central convocou seu leilão diário de compra para as 15h36 (hora de Brasília) e aceitou ofertas por R$ 1,8750 (taxa de corte).
Juros futuros
O mercado de juros futuros, que sinaliza o custo do dinheiro para os bancos, rebaixou as taxas projetadas nos contratos de prazo mais longo.
Ontem à noite, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu por unanimidade manter a taxa básica de juros (Selic) nos atuais 8,75% ao ano. A decisão, tomada na primeira reunião do conselho em 2010, já era esperada pelo mercado financeiro.
No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista recuou de 9,88% ao ano para 9,81%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada cedeu de 10,41% para 10,34%. Esses números ainda são preliminares e podem sofrer ajustes.
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