Especuladores já apostam US$ 8 bilhões contra o euro
Publicado em 09/02/2010 06:52
Operadores e fundos de hedge tentam lucrar com previsão de desvalorização, Espanha decepciona mercado após sinalizar que vai captar 76,8 bilhões com emissão de dívida em 2010; papéis têm juro elevado (do "FINANCIAL TIMES"
Operadores e fundos de hedge apostaram quase US$ 8 bilhões contra o
euro, moeda que
tem se desvalorizado nas últimas semanas devido à crise da
dívida no sul da Europa. Trata-se da maior posição já feita para
ganhar com a desvalorização da
moeda europeia desde o seu
lançamento, em 1999.
Segundo a Bolsa Mercantil de Chicago, principal praça de negociação de contratos futuros de moedas, os investidores elevaram suas apostas contra o euro para níveis recordes no final de janeiro e início de fevereiro. Na sexta, o euro chegou a ser negociado a US$ 1,3583, a mais baixa cotação em oito meses. Ontem, recuperou um pouco o terreno e foi negociado a US$ 1,3652 no final da tarde em Nova York.
A concentração das chamadas "posições vendidas" (que apostam na baixa) representa mais de 40 mil contratos negociados contra a moeda unificada, o que equivale a US$ 7,6 bilhões em apostas até o último dia 2. Isso sugere que os investidores estão perdendo a confiança na capacidade do euro de resistir ao contágio dos problemas fiscais na Grécia e em outros países da região. Em meio ao crescente nervosismo, Elena Salgado, ministra
espanhola das Finanças, e José Manuel Campa, seu vice, viajaram a Londres a fim de conversar com investidores no mercado de títulos. Eles reafirmaram as promessas de reduzir o deficit orçamentário do país para 3% do PIB até 2013, ante os 11,4% do ano passado.
Mas sua revelação de que o Tesouro planejava arrecadar um total líquido de 76,8 bilhões com a emissão de novos títulos de dívida em 2010 inquietou ainda mais os mercados. A soma a ser levantada é inferior aos 116,7 bilhões de 2009, mas ficou acima das expectativas dos mercados.
Fraqueza
A notícia levou os rendimentos dos títulos do governo espanhol, que têm relação inversa com os preços, a uma alta acentuada. O ágio com relação aos títulos do Tesouro alemão exigido pelos investidores para aquisição de papéis atingiu um ponto percentual.
Os analistas afirmam que o sentimento com relação ao euro piorou devido às preocupações sobre a situação fiscal da Grécia. Essas preocupações se espalharam a outros países na periferia da zona do euro que ostentam fortes deficit fiscais e altos custos trabalhistas. Chegaram até a surgir temores quanto à capacidade de sobrevivência do euro.
Thomas Stolper, economista do banco Goldman Sachs, disse que a queda no euro era sintoma das preocupações mais amplas com relação à sustentabilidade das dívidas soberanas da Europa e da união monetária. "Acreditamos que seja mais provável que a Grécia receba alguma forma de apoio fiscal dos demais países da zona do euro, para não incorrer em risco de moratória", disse Stolper.
"Mas por trás dessa preocupação intensa com a Grécia existe, evidentemente, a questão já antiga e ainda não resolvida de como impor disciplina fiscal a uma união monetária entre nações soberanas."
Segundo a Bolsa Mercantil de Chicago, principal praça de negociação de contratos futuros de moedas, os investidores elevaram suas apostas contra o euro para níveis recordes no final de janeiro e início de fevereiro. Na sexta, o euro chegou a ser negociado a US$ 1,3583, a mais baixa cotação em oito meses. Ontem, recuperou um pouco o terreno e foi negociado a US$ 1,3652 no final da tarde em Nova York.
A concentração das chamadas "posições vendidas" (que apostam na baixa) representa mais de 40 mil contratos negociados contra a moeda unificada, o que equivale a US$ 7,6 bilhões em apostas até o último dia 2. Isso sugere que os investidores estão perdendo a confiança na capacidade do euro de resistir ao contágio dos problemas fiscais na Grécia e em outros países da região. Em meio ao crescente nervosismo, Elena Salgado, ministra
espanhola das Finanças, e José Manuel Campa, seu vice, viajaram a Londres a fim de conversar com investidores no mercado de títulos. Eles reafirmaram as promessas de reduzir o deficit orçamentário do país para 3% do PIB até 2013, ante os 11,4% do ano passado.
Mas sua revelação de que o Tesouro planejava arrecadar um total líquido de 76,8 bilhões com a emissão de novos títulos de dívida em 2010 inquietou ainda mais os mercados. A soma a ser levantada é inferior aos 116,7 bilhões de 2009, mas ficou acima das expectativas dos mercados.
Fraqueza
A notícia levou os rendimentos dos títulos do governo espanhol, que têm relação inversa com os preços, a uma alta acentuada. O ágio com relação aos títulos do Tesouro alemão exigido pelos investidores para aquisição de papéis atingiu um ponto percentual.
Os analistas afirmam que o sentimento com relação ao euro piorou devido às preocupações sobre a situação fiscal da Grécia. Essas preocupações se espalharam a outros países na periferia da zona do euro que ostentam fortes deficit fiscais e altos custos trabalhistas. Chegaram até a surgir temores quanto à capacidade de sobrevivência do euro.
Thomas Stolper, economista do banco Goldman Sachs, disse que a queda no euro era sintoma das preocupações mais amplas com relação à sustentabilidade das dívidas soberanas da Europa e da união monetária. "Acreditamos que seja mais provável que a Grécia receba alguma forma de apoio fiscal dos demais países da zona do euro, para não incorrer em risco de moratória", disse Stolper.
"Mas por trás dessa preocupação intensa com a Grécia existe, evidentemente, a questão já antiga e ainda não resolvida de como impor disciplina fiscal a uma união monetária entre nações soberanas."
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Fonte:
Folha de S. Paulo
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