Plano Collor - 20 anos: confisco assombra, mas Zélia Cardoso defende medidas
A proposta de bloquear ativos financeiros era um enredo a procura de um autor no início dos anos 90, quando a inflação alcançava taxas de dois dígitos ao mês e economistas se encaravam perplexos diante da resistência do "dragão" (como a escalada de preços foi apelidada na época).
Embora rigorosamente criticado hoje como um "pesadelo", que deixou de saldo a pior recessão da história recente do país e desorganizou a vida de milhões, o Plano Collor 1 hoje é reavaliado por economistas como uma uma medida radical para um quadro de emergência da economia brasileira.
A economista Zélia Cardoso de Mello, 57, afirma que não tinha muito o que fazer à epoca para impedir que o país caísse no caos. "Estávamos à beira da hiperinflação", disse. "Medidas drásticas eram necessárias", completou.
O Plano Collor sepultou a credibilidade do país na comunidade internacional e assustou pela voracidade com que pretendia segurar os preços, deixando ricos e pobres, literalmente, sem dinheiro para alimentar a inflação.