Bovespa fecha em alta de 0,31%, puxada por ações da Vale
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve um dia volátil, oscilando sem firmar uma tendência durante a boa parte do pregão de hoje. Cauteloso com o imbróglio grego, e de olho em Índia e China, o investidor somente se animou a voltar às compras depois que as Bolsas americanas firmaram uma trajetória de alta.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociados, subiu 0,31% no fechamento, aos 69.041 pontos. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,41%. Analistas destacaram a reação positiva do mercado local à aprovação da reforma do sistema de saúde pela Câmara dos Representantes.
O volume de negócios, no entanto, não foi alto: R$ 5,10 bilhões, abaixo dos quase R$ 7 bilhões movimentados todos os dias nos pregões deste mês de março. O giro também foi concentrado em poucos papéis. Somente a ação preferencial da Vale teve negócios de meio bilhão de reais e praticamente puxou a recuperação da Bolsa brasileira, valorizando 1,11%.
A outra ação preferida pelos investidores, a ação preferencial da Petrobras, não saiu do lugar: teve leve alta de 0,02%, tendo um giro calculado em R$ 485 milhões.
A estatal do petróleo revelou um lucro líquido de R$ 28,9 bilhões para o exercício do ano passado, cifra 12% menor que os ganhos apurados em 2008. O resultado decepcionou alguns analistas, mas que preferiram destacar outras questões para explicar a trajetória das ações. A começar pelas dúvidas que ainda pairam sobre o processo de capitalização da empresa.
"As questões relacionadas ao andamento dos projetos de mudança na regulamentação da exploração de petróleo no Brasil (...) e consequentemente a capitalização da empresa, são questões decisivas para a avaliação dos investidores", comenta Mônica Araújo, analista da Ativa Corretora, em seu relatório sobre os resultados da empresa.
Assim como outros analistas, a profissional da Ativa destacou o plano de investimentos de R$ 88,5 bilhões para 2010, que vai demandar uma nova injeção de recursos na empresa de modo a manter seu atual equilíbrio financeiro.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,800 (leve alta de 0,05%) na venda, o preço mais alto desde o final de fevereiro.
Operadores comentaram que contribuiu para a aversão ao risco dos agentes de mercado a situação da Grécia, ainda sem definição a respeito de algum mecanismo de auxílio financeiro.
A elevação dos juros promovida pela Índia na sexta-feira também gerou algum desconforto, já que muitos viram nessa iniciativa a antecipação do que pode ocorrer na China. Especulações sobre uma possível "bolha" imobiliária no gigante asiático deixam o mercado em alerta, e na expectativa de novas medidas restritivas por Pequim, em continuidade ao que já foi feito no primeiro bimestre.
"Esse ano vai ser de volatilidade. Se por um lado nós vemos que vai ter uma forte entrada de investimentos, que o 'dinheiro de fora' não vai ser problema, de outro nós já estamos observando um desequilíbrio nas contas externas --as importações crescendo mais rápido que as exportações", comenta Ideaki Iha, da mesa de operações da corretora Fair. "E a Europa? Na verdade, o problema não é tanto a Grécia, é o euro que está sendo testado. E os Estados Unidos, como vai ficar a economia depois que retirar os estímulos? Tudo isso preocupa", acrescenta.
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