Retomada econômica não alivia rolagem de dívida agrícola
"O estoque de dívida é muito grande. Todo o setor sofreu, do produtor ao vendedor", afirma Pierre Moreau, do Moreau & Balera Advogados.
O Lefosse diz que, mesmo após o abrandamento da crise, continua sendo demandado para atuar em dívidas agrícolas. O escritório recebeu mandato de bancos para fazer a rolagem de R$ 1,5 bilhão em dívidas acumuladas por empresas do setor, principalmente nas áreas de açúcar, álcool e grãos. "Estamos atuando em repactuação de dívidas e estruturação de venda de ativos para liquidar créditos pendentes", diz o sócio José Eduardo Manassero.
O Demarest e Almeida Advogados trabalha hoje com estruturação de dívidas de empresas do setor que superam R$ 3 bilhões, segundo o sócio Antônio Aires. "A situação está mais tranquila que no ano passado, mas continua aparecendo trabalho de reestruturação ligado ao setor", diz Aires.
O principal fator para a rolagem de dívidas foi a queda da receita agrícola em 2009, de cerca de R$ 10 bilhões, segundo a RC Consultores. Para este ano, a consultoria estima ainda perda de receita de R$ 2 bilhões para os produtores de grãos.
"O baixo crescimento e os preços que não se recuperaram de forma mais sustentável levaram os produtores a essa situação de rolagem de dívidas", diz Fábio Silveira, sócio da RC.
Telmo Heinen Formosa - GO
Gente, o que vocês chamam de crise mundial ocorrida em 2008/09 foi nada menos do que uma crise de abundância, que aliás continua hoje em dia. Vamos REGULAR a oferta já que os governantes não promovem soluções institucionais! Párem de reclamar de câmbio, logistica etc... O que mudaria se o dólar estivesse a R$ 2,50 e o óleo diesel fosse a metade do preço atual? Quase nada. Lucro é a diferença entre CUSTO e Preço de Venda. Em qualquer hipótese. O mercado é assim, se ele (mercado) está disposto a pagar R$ 15 bilhões para consumir 40 milhões de t de milho e você oferece 50 milhões de t, é bem provável que o mercado queira pagar só R$ 14 bilhões e portanto o culpado da situação é o ofertante! Lei da oferta e da procura, mais antiga do que caminhar para frente... Os agricultores estão lutando para ver quem é que vai quebrar por último. Como o último não quebra, mais adiante os preços explodirão novamente por excesso de escassez.