Dólar fecha a R$ 1,74, preço mais baixo desde janeiro; Bovespa cede 0,88%

Publicado em 26/04/2010 17:23

A taxa de câmbio brasileira retrocedeu para o seu menor nível desde 11 de janeiro, voltando para o patamar de R$ 1,74, desta vez, sem uma intervenção mais agressiva (por enquanto) do Banco Central.

Os preços da moeda americana oscilaram entre a máxima de R$ 1,749 e a mínima de R$ 1,743, encerrando o dia a R$ 1,745, o que significa uma retração de 0,96% sobre o fechamento da semana passada. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,850, em um decréscimo de 1,59%.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofre perdas de 0,88%, aos 68.894 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,08 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem leve alta de 0,05%.

Na semana passada, quando o mercado "ameaçou" romper a barreira de R$ 1,75, a autoridade monetária realizou dois leilões para adquirir no moeda no segmento dos negócios à vista, em uma intervenção raramente vista na praça. Hoje, o BC limitou sua ação ao habitual leilão das 12h (hora de Brasília), aceitando ofertas por R$ 1,7447 (taxa de corte).

"O que nós temos é um movimento intenso de entrada, fruto de um bom volume de exportações. Esse movimento é intensificado ainda por um retorno de dinheiro, que vem para investir na Bolsa de Valores", comenta Johny Kneese, diretor da corretora de câmbio Levycam.

Kneese também observou que o preço de R$ 1,74 atraiu muitas operações para o mercado, num patamar que muitos agentes financeiros consideraram "atrativos" para fechar seus contratos de câmbio. "Eu ainda acho que o dólar pode chegar, gradativamente, a R$ 1,70. O ingresso de recursos continua forte. Mas se chega abaixo desse preço é muito difícil dizer", acrescenta.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, a balança comercial brasileira registra superavit de US$ 1,667 bilhão neste ano, até o dia 25 deste mês. A média de exportações diária (US$ 661,2 milhões) cresceu 25,2% em relação ao ano passado, enquanto a média de importações (US$ 639,3 milhões) teve alta de 40,1%.

Entre outras notícias importantes do dia, o boletim Focus, elaborado pelo BC, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro voltou a elevar suas projeções para a inflação deste ano. O IPCA projetado para 2010 passou de 5,32% para 5,41%. A estimativa para a taxa Selic no final de ano também subiu: de 11,50% para 11,75%. A previsão para a taxa cambial em dezembro foi mantida em R$ 1,80.

Juros futuros

No mercado futuro da BM&F, que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas avançaram novamente nos contratos de maior volume financeiro.

Segundo a Fipe, a inflação medida pelo IPC (terceira quadrissemana) foi de 0,34% em abril, acima do consenso de mercado (0,24%). O Comitê de Política Monetária, que decide a taxa de juros básica do país (hoje em 8,75% ao ano), volta a se reunir nesta semana. Economistas do setor financeiro estão divididos entre um ajuste para 9,25% ou 9,50%.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista passou de 10,21% ao ano para 10,31%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada subiu de 10,74% para 10,86%. E no contrato de janeiro de 2012, a taxa prevista ascendeu de 12,07% para 12,18%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.

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Fonte:
Folha Online

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