Bovespa fecha em alta de 0,22%, sem recuperar nível dos 67 mil pontos
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve somente uma recuperação modesta na jornada desta quarta-feira, após o "tombo" de ontem, um dos piores desde o início de fevereiro. O dia foi bastante nervoso, marcado pelo rebaixamento do "rating" (nota de risco de crédito) espanhol, e pela expectativa sobre a trajetória dos juros, tanto aqui quanto nos EUA.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,22% no fechamento, aos 66.655 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,99 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 0,48% na conclusão dos negócios.
"A alta de hoje foi um pouco por compras de 'barganha' [de oportunidade], mas também foi por conta da recuperação do mercado americano, após o 'Fed' [o banco central americano]. O mercado gostou, porque o Fed está vendo uma recuperação lenta mas constante da economia", comentou Boris Kogan, da mesa de operações da corretora Walpires.
Mais uma vez, as ações da Vale estiveram no centro das atenções do mercado, depois da notícia de que a mineradora conta com reservas de 210 milhões de barris de petróleo e gás, equivalentes a uma produção de 58 mil barris/dia, nos 27 blocos exploratórios de que participa. Somente a ação preferencial foi alvo de R$ 1,154 bilhão em negócios e valorizou durante boa parte do dia. O papel encerrou o pregão, no entanto, com perdas de 0,60%.
Como termo de comparação, o segundo papel mais negociado, a ação preferencial da Petrobras, teve giro de R$ 560 milhões, e ficou 0,90% mais caro.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,753, em um declínio de 0,67%. A taxa de risco-país marca 185 pontos, número 4,14% abaixo da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, a agência Standard & Poor's rebaixou o "rating" (nota de risco de crédito) da dívida soberana da Espanha de "AA+" para "AA", ainda dentro da classificação de "grau de investimento" (menor risco de calote). A perspectiva de revisão, no entanto, é negativa. Ontem, a mesma agência piorou as classificações para as notas de Portugal e Grécia.
Nos EUA, o Federal Reserve (banco central) manteve os juros primários na "banda" de zero a 0,25%, avisando que esses "níveis excepcionalmente baixos" devem continuar assim "por um longo período". Essa autoridade monetária também apontou uma visão um pouco mais positiva sobre o mercado de trabalho, justamente um dos pontos fracos da recuperação americana.
O Seade/Dieese apontou uma taxa de desemprego de 13,7% em março, a menor em 12 anos. Ainda no front doméstico, o Banco Central informou que o fluxo cambial do país (a diferença entre saídas e entradas de dólares) está negativo em US$ 9 milhões neste mês até o dia 23.
O banco Bradesco divulgou um lucro líquido de R$ 2,1 bilhões para o primeiro trimestre deste ano, número 22% acima do resultado de um ano atrás e superior às expectativas do mercado. A ação preferencial desse banco foi o quarto papel mais negociado da Bolsa (volume de R$ 174 milhões), e teve valorização de 1,78%. A ação do rival Itaú-Unibanco subiu 2,54%, enquanto a ação do Banco do Brasil teve alta de 2,04%.
Já a empresa de TV por assinatura NET revelou lucro de R$ 46 milhões para o exercício do primeiro trimestre, contra R$ 120 milhões no mesmo período em 2009. A ação preferencial teve perdas de 2,68%.
Após o encerramento dos negócios, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve anunciar a nova taxa básica de juros brasileira, hoje em 8,75% ao ano. Economistas estão divididos entre um aumento de 0,50 ponto ou 0,75 ponto percentual para a taxa básica de juros.
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