Agricultura reivindicará manutenção de juros
O Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou nesta terça-feira que o seu ministério reivindicará durante a discussão do Plano Safra 2010/11 a manutenção da taxa de juros utilizada para financiamentos agrícolas no plano anterior, atualmente em 6,75 por cento ao ano.
"Quando se tem aumento de juros na economia como um todo, como por exemplo a taxa Selic acabou de ser aumentada, manter (a taxa de financiamento agrícola) já é um ganho", declarou ele em entrevista a jornalistas no intervalo do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2010/11, promovido pela BM&FBovespa.
O ministro não comentou na entrevista sobre o volume de recursos do crédito agrícola oficial.
Na semana passada, na Agrishow, ele disse que o montante seria em torno de 100 bilhões de reais para a agricultura comercial.
O Plano Safra 2010/11, segundo o ministro, vai enfatizar práticas agrícolas ambientalmente sustentáveis como a recuperação de pastagens degradadas, com o objetivo de impedir que novas áreas sejam desmatadas.
Além disso, o Ministério da Agricultura quer incentivar o plantio direto na palha dando condições de financiamento mais favoráveis para aqueles produtores que adotam essa prática agrícola.
O programa de integração lavoura/pecuária também deverá ser incentivado. O ministro disse que ainda não há definição sobre o juro para tais programas especiais que o ministério pretende estimular, o que será acordado posteriormente com o Ministério da Fazenda.
Durante sua apresentação no início do seminário, Rossi criticou o fato de a Agricultura ainda não ter um assento no Comitê de Política Monetária (Copom).
"É um absurdo que as coisas da agricultura sejam decididas sem a agricultura estar presente", afirmou ele, lembrando que a pasta também não tem assento no BNDES.