Pacote busca aumentar volume de exportações
A briga pelo mercado externo vai esquentar com o pacote de medidas de estímulo às exportações anunciado ontem pelo governo federal. Apresentadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, as 10 medidas são consideradas fundamentais para reequilibrar as contas externas do País, que registraram déficit de US$ 12,14 bilhões no primeiro trimestre de 2010 – o mais alto desde 1947.
Entre as iniciativas, a que pode mais rapidamente impulsionar o desempenho dos exportadores é a garantia de devolução de 50% dos créditos de PIS/Pasep, Cofins e IPI em até 30 dias depois de solicitados. Na prática, é mais dinheiro em caixa, embora a expectativa fosse por uma devolução de 100%. Hoje, as empresas têm de esperar até cinco anos para receber de volta o dinheiro pago em impostos federais na compra de matérias-primas para exportação.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Os outros 50%, bem como um estoque de devolução avaliado em R$ 5 bilhões, seguem a regra atual.Mantega disse esperar que algumas medidas tenham impacto imediato:– Nos so objetivo é melhorar a competitividade da produção brasileira.Segundo o consultor da área internacional da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Frederico Behrends, o preço final da mercadoria poderá ser reduzido em pelo menos 5% com a adoção do prazo menor de devolução.
A medida, porém, vale para empresas que tenham tido pelo menos 30% do seu faturamento em exportações nos últimos dois anos .– É uma luz no fim do túnel que deve beneficiar principalmente os produtos manufaturados – afirma. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, destaca que a medida traz fôlego para o setor, mas pondera que as empresas esperavam a devolução de 100%. "São R$ 2 bilhões a receber", diz.
O setor moveleiro também pode ganhar em rentabilidade, de acordo com o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado (Movergs), Ivo Cansan. O segmento espera uma ampliação na oferta de crédito para a exportação com o Exim Brasil, banco criado pelo pacote que financiará as operações de exportação.
O anúncio da liberação de uma linha de crédito de R$ 7 bilhões com juros de 7% ao ano também pode garantir maior saúde financeira às empresas. Os juros de mercado variam entre 1,5% e 4% ao mês.Gilberto Petry, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas do Estado (Sinmetal), lembra que o setor deve ser favorecido pela preferência por empresas nacionais nas compras governamentais.
O presidente da Fiergs, Paulo Tigre, disse que o pacote do governo federal representa um estímulo, mas afirma que o impacto pode ser reduzido para empresas gaúchas porque créditos relativos a ICMS não foram incluídos entre as medidas anunciadas.
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