Operador de mercado, com "dedos gordos", derrubou o Dow Jones

Publicado em 08/05/2010 10:52

Um operador desastrado, com "dedos gordos", digitou bilhões em vez de milhões e, com isso, acarretou "a grande quebra das 14h42", como está sendo chamado o tombo de 9% que o índice Dow Jones levou na quinta-feira, antes de se recuperar e fechar em baixa de 3,2%.

O operador estaria em Chicago, seria funcionário do Citigroup, e teria feito uma venda de US$ 16 bilhões em um tipo de ação que imita o desempenho do S&P 500, em vez de digitar US$ 16 milhões. Esse erro teria desencadeado um efeito dominó de vendas de ações em diferentes bolsas e mercados de balcão, levando à maior queda intraday da história do índice Dow Jones, de 1.000 pontos. Em oito minutos, sumiu quase US$ 1 trilhão em valor de mercado. As ações da Procter & Gamble caíram de US$ 60 para US$ 39,37 e subiram de novo em minutos. O papel da Accenture abriu cotado a US$ 41,94 e chegou a ser vendido a centavos de dólar.

A teoria do "operador de dedos gordos" é emocionante e dominou blogs, canais financeiros e sites de notícias. Mas, aparentemente, o tombo fenomenal do mercado americano está mais relacionado ao trading de alta-frequência e à proliferação de mercados de ações pouco regulamentados, embora ninguém saiba exatamente o que causou o crash das 14h42.

Hoje em dia, dois terços das transações de ações nos EUA são feitas por meio de trading de alta-frequência, que se dá por meio de computadores que usam algoritmos para determinar quando comprar e vender ações, quantas ações comprar e quais. Esses algoritmos, às vezes, respondem a gatilhos, desencadeando ondas de vendas quando um índice ou determinada ação cai ou sobe um certo porcentual. E, além disso, com ajuda dos computadores superpotentes, os traders que usam alta-frequência podem rastrear transações em dezenas de mercados, obtendo vantagem sobre investidores comuns. Uma das teorias que circulava ontem é que um algoritmo respondeu à grande alta do iene na abertura do mercado na quinta-feira, desencadeando vendas nos EUA. Outra teoria seria de que algum operador de grande banco teria errado em uma transação com a ação da Procter & Gamble.

O Citigroup divulgou nota desmentindo os rumores de que um de seus funcionários teria cometido um erro em uma transação de ações.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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