Pacote de 750 bilhões de euros para fortalecer moeda gera otimismo no mercado

Publicado em 10/05/2010 08:35
As principais bolsas europeias e asiáticas reagiram bem nesta segunda-feira (10) ao plano de ajuda anunciado na noite de ontem pela União Europeia (UE) para fortalecer o euro e os países que fazem parte do bloco.

Depois de uma reunião de mais de 11 horas, os 27 ministros das finanças das nações da União Europeia concordaram em avalizar um pacote de emergência no valor de 750 bilhões de euros (cerca de R$ 1,7 trilhão) para fortalecer a moeda comum do bloco e evitar que a crise da dívida grega contagie outros países do continente.

Segundo um diplomata europeu, os ministros concordaram com um plano de ajuda, que teria 60 bilhões de euros (R$ 139 bilhões) disponibilizados pela Comissão Europeia (braço executivo da UE), enquanto 16 países da zona do euro teriam um compromisso bilateral de auxílio no valor de 440 bilhões de euros (R$ 1 trilhão).

O pacote de estabilização será engrossado pelo FMI, que contribuirá com cerca de 250 bilhões de euro (R$ 582 bilhões) para fortalecer a moeda comum contra as adversidades financeiras geradas pela crise grega.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que comprará títulos privados e públicos dos países da zona do euro para "garantir liquidez naqueles segmentos do mercado que estão problemáticos".

"Defenderemos o euro a qualquer custo", disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
O euro tem perdido valor na medida em que investidores temem que a crise da dívida grega se espalhe para outros países que o utilizam, como Portugal e Espanha.

No domingo, o banco central americano, o Federal Reserve, anunciou que reiniciará um intercâmbio de moedas com alguns dos principais bancos centrais do mundo (europeu, britânico, suíço, japonês e canadense) para "melhorar as condições de liquidez em dólar nos mercados e evitar o contágio".

Reação dos mercados
Com o anúncio das medidas, na noite do domingo, o euro se fortaleceu nos mercados asiáticos, chegando a subir 1,7% e deixando para trás o valor mais baixo em relação ao dólar dos últimos 14 meses (US$ 1,25).

Nesta segunda-feira, as bolsas de valores avançaram na Ásia e abriram em alta na Europa. Entretanto, os investidores ainda estão preocupados com o tamanho dos aportes para o pacote europeu de emergência e os problemas estruturais de longo prazo na zona do euro.

Na sexta-feira, os líderes dos países da zona do euro aprovaram um pacote de empréstimo de 110 bilhões de euros para a Grécia. Só neste ano, o país terá também acesso a mais de US$ 50 bilhões do FMI e de países europeus combinados.

O FMI calcula que o pacote permitirá que a Grécia não precise pegar novos empréstimos no mercado por dois anos, tempo para a economia do país se fortalecer.

"O FMI vai fazer a sua parte, no interesse da comunidade internacional, para enfrentar os desafios atuais", disse o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

Entretanto, para ter acesso às medidas, o governo do país teve de concordar com um pacote de austeridade altamente impopular.
Na semana passada, protestos contra os planos de aperto deixaram três mortos na capital, Atenas.

G20 se une ao G7 para respaldar medidas

Os ministros de Finanças do Grupo dos Vinte (G20, países ricos e os principais emergentes) se somaram nesta segunda-feira (10) ao respaldo emitido pelo Grupo dos Sete (G7, países ricos) às medidas extraordinárias anunciadas pela União Europeia (UE) em defesa do euro e em resposta às "graves" tensões nos mercados.

Em comunicado, os titulares de Finanças do G20, que este ano é presidido pela Coreia do Sul, disseram que vão continuar vigiando "de perto" os mercados globais e trabalhando juntos para "manter a estabilidade financeira global e assegurar um crescimento forte, sustentável e equilibrado".

"O G20 aplaude o compromisso dos chefes de Estado e de Governo da Eurozona para utilizar todos os meios disponíveis a fim de assegurar a estabilidade da zona do euro", apontou o grupo, ao qual a crise outorgou um papel preeminente.

Concretamente, o G20 assinalou que respalda o mecanismo de Estabilização Financeira Europeia, dotado com até 500 bilhões de euros, e as medidas extraordinárias decididas pelo Banco Central Europeu.

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Fonte:
Uol

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