Protecionismo ambiental limita comércio agrícola, diz ex ministro

Publicado em 12/05/2010 13:55 e atualizado em 04/03/2020 22:44
Ex-ministro da Agricultura disse que vender seus produtos não é uma especialidade da América Latina
O ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes afirmou que, depois das barreiras sanitárias, o "protecionismo ambiental" é uma forma de restringir o comércio de produtos agrícolas. "Antes, tínhamos o tradicional protecionismo sanitário. No passado, o Canadá, por exemplo, acusou o Brasil de ter casos de vaca louca. O boi aqui come capim, não há risco de vaca louca", lembrou. Ele acrescentou que agora questões ambientais são citadas para restringir o comércio, como é o caso das denúncias de desmatamento da Amazônia para criação de gado.

Num debate para discutir "O Papel da América Latina Alimentando o Mundo em 2050", durante o Fórum Mundial de Agricultura, que ocorre em Brasília, Pratini, que preside a Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne), provocou a plateia questionando se o mundo iria impor restrições aos produtos da Islândia. "Serão impostas restrições à Islândia porque o país deixou o vulcão funcionar", disse Pratini, numa referência ao vulcão Eyjafjallajokull, que expeliu cinzas, provocando o fechamento de vários aeroportos da Europa.

Pratini disse, ainda, que "vender seus produtos não é uma especialidade da América Latina". Também presente ao debate, o também ex-ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, e atual vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, defendeu o fortalecimento das negociações internacionais. "Precisamos nos preparar de forma mais adequada", comentou.

Questionado pelos participantes, Guedes Pinto também falou sobre os subsídios mundiais. Ele lembrou que o país que menos subsidia é a Nova Zelândia, que reformulou sua política agrícola há alguns anos. Austrália e Brasil ocupam a segunda posição, com menos de 5% de subsídios. Nos Estados Unidos, os subsídios chegam a 17% e nos países da União Europeia, a média é de 34%. Em alguns países europeus, os subsídios chegam a 40%. "Fora os subsídios, as barreiras sanitárias vão muito além do aceitável", completou.
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Fonte:
Campo News

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