China dá indícios de superaquecimento e assusta mercados
A China divulgou ontem dados que levaram os mercados a esperar para breve um aperto monetário para evitar o superaquecimento do país. Houve um conjunto de crescimento forte da produção industrial, alta da inflação, expansão de empréstimos e aumento forte dos preços dos imóveis, segundo dados oficiais.
"Com a inflação, e levando em consideração as taxas de crescimento, é inevitável que eles (chineses) precisem de um aperto maior para manter a economia na linha", disse Bill Quinn, presidente da American Beacon Advisors.
A produção industrial da China se expandiu 17,8% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, desacelerando em relação ao crescimento de 18,1% de março.
A inflação se acelerou em abril, os preços dos imóveis continuam a subir em velocidade recorde e os empréstimos bancários também cresceram
O índice de preços ao consumidor (IPC) subiu 2,8% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado, de uma alta de 2,4% registrada em março. O índice de preços ao produtor (IPP) subiu 6,8% em abril na comparação com o mesmo período de 2009, contra uma alta de 5,9% em março.
No quadrimestre janeiro-abril, o IPC acumula alta de 2,4% em relação a igual período do ano passado, enquanto o IPP avançou 5,6% na mesma comparação.
Os preços dos imóveis em 70 das cidades chinesas de médio e grande porte aumentaram 12,8% em abril na comparação com um ano antes, acelerando-se em relação à alta de 11,7% verificada em março, disse o Escritório Nacional de Estatísticas.
Ontem também, o Banco do Povo da China (banco central chinês) informou que o volume de novos empréstimos aumentou na comparação entre abril e março, um dado que deve reforçar a expectativa do mercado por um aumento nas taxas de juros do país, o que não acontece desde dezembro de 2008. Em abril, as instituições financeiras chinesas concederam um total de 774 bilhões de yuans (US$ 113,362 bilhões.