Em dia de nervosismo global, dólar fecha a R$ 1,80
Depois de Portugal e Espanha, hoje foi a vez da Itália anunciar metas mais rigorosas de redução dos gastos públicos, de modo a angariar a confiança dos mercados. Há uma percepção generalizada entre os agentes financeiros, no entanto, sobre a dificuldades em alcançar essas metas, em paralelo com a expectativa de um crescimento bem mais fraco nos próximos anos para toda a região.
"A cobrança em cima desses países não vai ser fácil. E aí o mercado vê a Grécia, e todos aqueles tumultos, aquela confusão, e fica desconfiado de que esse país, e mesmo os outros, não vai conseguir cumprir essas metas. Nós temos que lembrar que ninguém vai 'dar' dinheiro [do pacote da União Europeia]", comenta Mauro Trabold, da mesa de operações da corretora B&T.
Para esse profissional, as bruscas oscilações do câmbio nos últimos dias mostram que os agentes financeiros estão com "os nervos à flor da pele", muito mais avesso a risco. Dessa forma, qualquer notícia mais negativa, que reforce o pessimismo predominante, é a senha para ajustes nas carteiras de investimentos, com saídas rápidas da Bolsa e compra de dólar no mercado futuro.
Nesse contexto, a taxa de câmbio brasileira, que chegou a bater R$ 1,819 no pior momento do dia, finalizou a jornada de hoje em R$ 1,804, o que significa uma alta de 1,51% sobre o fechamento de ontem.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,890, em um avanço de 0,53%.
As Bolsas de Valores também refletem o pessimismo generalizado dos mercados. Na Europa, a a Bolsa de Madri desabou 6,64%, enquanto as ações cederam 3,12% em Frankfurt (pelo índice Dax) e 4,58% em Paris (pelo índice Cac).
Juros futuros
No mercado futuro da BM&F, que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas recuaram nos contratos de 2010 e 2011.
A FGV apontou inflação de 1,11% em maio, ante 0,63% em abril, pela leitura do IGP-10.
No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista cedeu de 10,60% ao ano para 10,57%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada retraiu de 11,13% para 11,08%. E no contrato de janeiro de 2012, a taxa negociada foi mantida em 12,32%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.
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