PIB brasileiro cresce 2,5% no 1º trimestre

Publicado em 20/05/2010 14:14
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou ontem que o PIB cresceu 2,5% no primeiro trimestre, ou 10% quando a taxa é anualizada. Com isso, a economia brasileira já garantiu um crescimento de 4,5% a 5% este ano, mas pode chegar a um pouco mais.
Mantega avisou que a economia vai crescer a partir do segundo trimestre, porque nos demos ao luxo de retirar todas as medidas de estímulo fiscal e monetário. Sua estimativa é de expansão de 1,5% no segundo trimestre e 1,2% no terceiro, o que atende às expectativas do governo.

Estamos num longo ciclo virtuoso de crescimento, mas não é crescimento atabalhoado como no passado, alfinetou Mantega ao participar do seminário Brasil: Parceria para uma Nova Economia Global, promovido pelo Valor em associação com o El País, ontem, em Madri. Não nos interessa crescer demais num ano e ter de frear bruscamente no ano seguinte.
Aos empresários, o ministro explicou que a economia brasileira tem uma dinâmica que se diferencia da maioria dos outros paises. Enquanto a Europa terá recuperação lenta, com PIB de 1,2%, e os Estados Unidos se desenvolverão em ritmo um pouco mais acelerado, com 3,5%, os emergentes é que vão liderar o crescimento no mundo nos próximos cinco anos, gerando dois terços da expansão global.

Mantega tentou mostrar que é um erro dizer que houve continuidade de política da gestão anterior. Argumentou que aconteceu uma mudança na média de crescimento e no tipo de expansão, combinando ação econômica com ação social.

A economia já voltou aos níveis de antes da crise. O ministro afirmou que a expansão do emprego é proporcionalmente até maior do que na China. Mantega e Lula disseram que está faltando mão de obra, como pedreiros, engenheiros, eletricistas, soldadores.

O ministro contou aos empresários espanhóis que aumento da renda das classes D e E foi maior, diminuiu a pobreza no Brasil e se criou um grande mercado de massa, que favorece o estímulo ao investimento para atender toda a demanda no país.

Segundo Mantega, a demanda no varejo cresceu em abril quase 10%, quase uma demanda chinesa, estimulando o crescimento. O nível de endividamento das famílias é de apenas 29,3% comparado a 181,4% nos EUA e 131,6% na União Europeia. Significa que há grande potencial de o crédito crescer sem risco para o consumidor.

Alternando alfinetadas ao governo de Fernando Henrique Cardoso, Mantega disse que Lula fez plano de investimento, algo que não existia antes. Com a política industrial, disse que o Brasil se tornou um dos países com maior demanda de plataformas de petróleo. São 40, cada uma custando US$ 800 milhões.

Pelas estimativas da Fazenda, a taxa de investimento no país teria chegado a 20% se não fosse a crise. Este ano vai se recuperar e crescer quase três vezes o tamanho do PIB, segundo ele evitando os gargalos.

Mantega destacou que o volume de transações na Bolsa de Valores multiplicou-se por dez, agora com R$ 1,3 trilhão transacionados no ano. Apontou oportunidades no novo ciclo de construção civil no Brasil. Disse que o crédito habitacional era de 4% do total dos financiamentos, comparado a 30% na Espanha. Agora está aumentando.

O Brasil está crescendo, com a dívida publica diminuindo, e a inflação subiu um pouco por causa dos hortifrutigranjeiros, mas é passageiro e cíclico, de acordo com o ministro.

O saldo primário se mantém acima de 3%, enquanto os outros países diminuíram seu resultado fiscal. A dívida pública líquida, que chegou a 60% do PIB, deve voltar a cair para algo próximo de 40% do PIB, nas projeções do governo. A diferença é que o Brasil colocou dinheiro nos investimentos e não a fundo perdido no setor financeiro, martelou.

Quanto às reservas internacionais, disse que quando o presidente Lula assumiu o caixa era de US$ 21 bilhões e o FMI teve que emprestar US$ 20 bilhões. Hoje, as reservas alcançam US$ 250 bilhões. A situação do Brasil é mais sólida do que em qualquer outra época. O Brasil hoje é credor.

A mensagem foi de que o crescimento é sustentável e pode prosseguir nos próximos anos com solidez. Não é em 2050, mas em 2025 que o Brasil poderá ser a quinta ou quarta maior economia do mundo se a política econômica de Lula for mantida.
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Fonte:
Valor Econômico

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