Crise Europa: FMI pede à Espanha reformas econômicas "urgentes e decisivas".
O FMI (Fundo Monetário Internacional) pediu nesta segunda-feira à Espanha que adote medidas econômicas "urgentes e decisivas", entre estas uma reforma "radical" do mercado de trabalho, consolidação fiscal e a reestruturação do sistema bancário.
Essas são as conclusões iniciais de uma equipe de analistas do organismo ao fim de uma visita à Espanha como parte da revisão anual que a entidade faz da economia do país.
"A política do governo deve se concentrar em equilibrar ordenadamente a economia", indicou a instituição em um comunicado, pedindo que leve adiante uma ação urgente e decidida.
O FMI enumerou três prioridades. A primeira é tornar mais flexível o mercado de trabalho para favorecer o emprego e sua redistribuição entre setores, num país em que o desemprego superou os 20% no primeiro trimestre.
A segunda é "uma consolidação orçamentária para assentar as finanças públicas numa base viável".
A terceira prioridade é "uma consolidação do setor bancário e uma reforma para fortalecer a situação e eficácia do sistema", no qual "os riscos seguem sendo elevados e desigualmente repartidos entre instituições, concentrados principalmente nas caixas econômicas".
A análise do FMI, com a recomendação de reformas "urgentes" em seu mercado de trabalho e no sistema financeiro, "coincide com a que foi feita pelo governo" espanhol, segundo nota divulgada logo em seguida pelo ministério da Economia.
Deficit espanhol
O governo espanhol revisou para baixo na quinta-feira sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011 de 1,8% para 1,3%, devido ao impacto do plano de austeridade fiscal adotado para reduzir o deficit público, informou a Ministra da Economia espanhola, Elena Salgado.
A ministra espanhola fez esse anúncio após a adoção pelo governo de medidas de austeridade adicionais para 2010 e 2011 de um total de 15 bilhões de euros (US$ 18,72 bilhões) com o objetivo de reduzir o deficit público.