Dólar fecha a R$ 1,82; Bovespa valoriza 3%

Publicado em 27/05/2010 16:56

A taxa de câmbio brasileira teve o segundo maior revés deste ano, num momento em que os mercados moderam os níveis de aversão ao risco por conta da crise europeia. As iniciativas de países como Itália, Reino Unido, Grécia, Portugal e Espanha para reduzir os gastos públicos têm sido bem avaliadas por agentes financeiros.

Hoje, o parlamento espanhol aprovou o plano de governo para reduzir as despesas do Estado em 15 bilhões de euros. O ajuste das contas públicas é fundamental para afastar o temor de calote dos títulos de dívida desses países, o que fatalmente derivaria para uma crise do setor bancário.

A manifestação de confiança da China na moeda europeia também propiciou um momento de alívio nos mercados. Pequim desmentiu notícias publicadas na imprensa especializada, apontando que o gigante asiático teria "dúvidas" em manter uma parcela de suas reservas internacionais em euros.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,826, em um decréscimo de 1,72%, nas últimas operações desta quinta-feira. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,849 e R$ 1,814. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,930, em baixa de 2,52%.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) avança 3,08%, aos 62.045 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,13 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 2,44%.

O front doméstico também ajudou a amenizar o nervosismo dos agentes financeiros. As contas públicas mostraram o seu melhor desempenho para um mês de abril em oito anos. O superavit atingiu R$ 19,8 bilhões, uma cifra 65% superior ao registrado no mesmo período em 2009.

Economistas já manifestaram preocupação de que o recente aumento dos gastos públicos prejudique os fundamentos econômicos do país.

"A notícia sobre a China contribuiu, sim, para a queda das taxas. Mas acho que também existe alguma movimentação por conta da disputa pela Ptax [a taxa média do câmbio]. Nós sabemos que os bancos, em sua maioria estão vendidos e vão fazer força para que o dólar fique abaixo de R$ 1,85 até o final do mês", comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da Dascam corretora.

O profissional lembra que é feriado em Nova York na próxima segunda-feira (31), o que tende a esvaziar os negócios inclusive nos mercados brasileiros.

A Ptax é a taxa média de câmbio, calculada diariamente pelo Banco Central. A Ptax do último dia útil do mês serve de referência para a liquidação de uma série de contratos negociados no mercado futuro de dólar da BM&F.

Por esse motivo, quando se aproxima o encerramento do mês, agentes financeiros que detém esses contratos procuram influenciar a formação dos preços da moeda americana no mercado à vista, conforme ganhem com a alta (os "comprados", no jargão) ou a baixa (os "vendidos") das cotações.

Juros futuros

No mercado futuro da BM&F, que serve de referência para os juros bancários, as taxas projetadas subiram.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista avançou de 10,49% ao ano para 10,58%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 10,90% para 11%. E no contrato de janeiro de 2012, a taxa negociada ascendeu de 11,96% para 12,10%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

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Fonte:
Folha Online

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