Bovespa fecha em alta de 3,16% e volta aos 62 mil pontos

Publicado em 27/05/2010 18:39

O mercado brasileiro de ações teve um novo dia de fortes ganhos, no segundo dia de "trégua" da crise europeia. Na ausência de notícias mais dramáticas sobre Grécia, Portugal ou Espanha, e com a manifestação de confiança da China no euro, investidores voltaram às compras, mirando em ações de empresas ligadas ao setor de commodities, como Vale e siderúrgicas, no caso da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 3,16% no fechamento, batendo os 62.091 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,66 bilhões, ainda abaixo da média do mês, em torno de R$ 7 bilhões/dia.

A ação da Vale disparou 6,28%, enquanto os papéis da CSN valorizaram 5,37%; a ação preferencial da Gerdau subiu 5,43% e a ação ordinária da MMX, 7,25%.

Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, teve alta de 2,85% na conclusão dos negócios. E na Europa, a Bolsa de Londres avançou 3,11%.

"Se o mercado entra num período de baixa, os investidores ficam atentos a toda notícia negativa que sai. E quando acontece uma espécie de 'vácuo', e as pessoas conseguem respirar um pouco mais, sempre começam a achar um ou outra ação mais barata, a preço oportuno. É o que no mercado costuma se chamar de 'repique técnico' e nada disso configura uma mudança de tendência, pelo menos de curto prazo", pondera Marco Aurélio Barbosa, analista-chefe da corretora Coinvalores.

O mercado praticamente "ignorou" os indicadores frustrantes divulgados hoje nos EUA: pela manhã, o Departamento de Comércio revelou um crescimento decepcionante (3%) do PIB no primeiro trimestre. Outro órgão do governo americano apontou um declínio menor do que o esperado da demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego, mostrando ainda a fraqueza do mercado de trabalho local.

Como nos últimos meses, as notícias mais importantes ainda vêm da Europa ou tem relação com o velho continente. O parlamento espanhol aprovou a proposta do governo de cortar 15 bilhões de euros em gastos até 2011. E o instituto privado Conference Board estimou que a zona do euro teve uma recuperação tímida porém estável no mês de abril.

Chamou mais atenção, porém, o desmentido chinês de que pretende rever a parcela de suas reservas aplicadas em euros. A informação, divulgada pela imprensa especializada mundial, foi considerada "sem fundamento" por fontes oficiais chinesas.

O noticiário doméstico também forneceu notícias positivas: a taxa de desemprego recuou para 7,3% em abril, a menor cifra para esse mês em oito anos. E as contas públicas mostraram o seu melhor desempenho para um mês de abril em oito anos. O superavit atingiu R$ 19,8 bilhões, uma cifra 65% superior ao registrado no mesmo período em 2009.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,826, em um decréscimo de 1,72%, nas últimas operações desta quinta-feira. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,849 e R$ 1,814. A taxa de risco-país marca 227 pontos.

"A notícia sobre a China contribuiu, sim, para a queda das taxas. Mas acho que também existe alguma movimentação por conta da disputa pela Ptax [a taxa média do câmbio]. Nós sabemos que os bancos, em sua maioria estão vendidos e vão fazer força para que o dólar fique abaixo de R$ 1,85 até o final do mês", comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da Dascam corretora.

O profissional lembra que é feriado em Nova York na próxima segunda-feira (31), o que tende a esvaziar os negócios inclusive nos mercados brasileiros.

Fonte: Folha Online

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