Bovespa fecha em alta de 1,4%; estreia do Brasil na Copa afasta investidor
De olho no cenário externo, investidores praticamente ignoraram as más notícias do dia, a exemplo do rebaixamento de nove bancos gregos, e retomaram as compras. A Bolsa, que operou normalmente ao longo da tarde, teve um giro bastante afetado pela estreia do Brasil na Copa do Mundo.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 1,43% no fechamento, atingindo os 43.442 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,74 bilhões, bem abaixo da média do mês (R$ 5 bilhões/dia). Nos EUA, o índice Dow Jones (da Bolsa de Nova York) avançou 2,10%.
Pouco antes do início da partida (15h30, hora de Brasília), o volume financeiro atingiu a casa dos R$ 3 bilhões, aumentando muito lentamente nas horas seguintes.
"O mercado sabe que ainda pode haver algumas notícias negativas [na Europa] pela frente, como problemas em bancos na Espanha, por exemplo. A situação ainda está muito ruim nesse país e em outros, como a Hungria. Mas já existe uma clareza, uma ideia de direção geral [das soluções] e essas notícias tendem a não ter tanto impacto como há alguns meses", comentava José Antonio da Silva Pereira, da Advisor Asset Management, pouco antes do jogo brasileiro.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,793, em um declínio de 0,82%. O mercado de câmbio teve um expediente mais curto, encerrando suas operações por volta das 13h30.
Entre as principais notícias do dia, a União Europeia reportou que as exportações dos países da zona do euro aumentaram 18% em abril, na comparação com o mesmo período de 2009, com a desvalorização da moeda local frente ao dólar.
Em relação a março, houve queda de 2,4% no volume exportado. As importações caíram 3,5% no mês e aumentaram 19% sobre abril do ano passado. O saldo comercial foi de 1,8 bilhão de euros. Em abril do ano passado, o superavit havia sido de 2,6 bilhões.
A UE também divulgou que a oferta de emprego estabilizou no primeiro trimestre deste ano, após vários trimestres consecutivos de retração.
A agência Moody's, que ontem rebaixou o "rating" (nota sobre risco de crédito) da Grécia, anunciou hoje a redução das "notas" de nove bancos gregos, alegando uma deterioração da qualidade dos ativos bancários.
Nos EUA, a divisão do Federal Reserve (banco central) de Nova York reportou um aumento menor que o previsto da produção industrial da região em junho.
A China, maior detentora de títulos norte-americanos, aumentou novamente sua fatia no montante da dívida dos EUA, em abril. O gigante asiático adquiriu mais US$ 5 bilhões em títulos, elevando para US$ 900,2 bilhões sua participação na dívida total, de acordo com relatório do Departamento do Tesouro norte-americano.