Lei chavista facilita expropriação agrária
O texto também diz que a produção agrícola deverá se ajustar aos parâmetros determinados pelo governo para garantir a segurança alimentar do país, que importa mais de 80% da comida que consome, boa parte do Brasil.
O governo Chávez diz ter expropriado ou comprado 2,7 milhões de hectares de terras desde 1999 -há estimados 30 milhões de hectares cultiváveis no país- e afirma que o objetivo de médio prazo é exportar comida.
A nova redação da lei, que tem de ser sancionada pelo presidente Hugo Chávez, foi criticada por organismos empresariais e agrários. Para eles, as regras aprofundam a insegurança jurídica no país, freando investimentos.
O texto determina que as fazendas e os terrenos podem ser expropriados se forem considerados ociosos, se forem cedidos a terceiros e se "sua utilização for contrária aos planos nacionais de desenvolvimento e segurança agroalimentar".
Os deputados governistas festejaram a aprovação como passo rumo ao socialismo.
Escândalo
"Trata-se da segunda mudança na lei aprovada em 2001. Estão armando uma montagem legal para dar lastro a ações inconstitucionais do governo. Vamos à Justiça reclamar", disse à Folha Rafael Hernández, da ONG opositora Cedice. O setor de alimentos é estratégico para o governo Chávez. Como o país depende da importação, o raciocínio é que deixá-lo em mãos privadas poderia desaguar em crise de desabastecimento intencional, com o objetivo de enfraquecer o chavismo.
O governo controla agora 75% da produção de café e quase a metade da produção de milho, base da alimentação local. Mas a maior participação já traz problemas. Desde o fim de maio Chávez enfrenta o "escândalo da comida", o achado de ao menos 70 mil toneladas de comida vencida ou podre num porto.
Mesmo economistas ligados ao chavismo criticam as nacionalizações, ante a falta de quadros gerenciais. Segundo o Banco Central da Venezuela, o setor público e suas empresas responderam por 30,3% do PIB venezuelano em 2009. Além da maior parte do setor petroleiro, o governo é dono das maiores empresas de telefonia e de eletricidade.
0 comentário
ONS eleva previsão para crescimento da carga de energia a 1,5% em setembro
Wall Street abre com pouca variação após dados de emprego de agosto
Ibovespa recua na abertura com dados de emprego dos EUA em foco
Dólar recua após dados de emprego dos EUA fomentarem apostas de corte grande de juros pelo Fed
Presidente do Fed de NY diz que chegou a hora de iniciar cortes nos juros
Preço do diesel aumenta quase 1% em agosto e encerra o mês a R$ 6,10