Em rodada volátil, Bovespa registra leve queda no fechamento

Publicado em 22/06/2010 18:12

O mercado brasileiro de ações ensaiou uma nova jornada de recuperação nos negócios desta terça-feira, mas não conseguiu retomar o patamar dos 65 mil pontos, um nível de preços perdido desde o início do mês passado.

Alguns analistas se surpreenderam a valorização da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) pela manhã, descolada dos mercados externos, justamente num dia em que as notícias não foram animadoras: nos EUA, as vendas de casas contrariam as expectativas e contraíram fortemente.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, cedeu 0,03% no fechamento, aos 64.810 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,33 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, teve perdas de 1,43% no encerramento das operações.

"Pela manhã, a Bovespa operou descolada dos mercados externos, puxada principalmente pelos 'papéis domésticos' [de empresas voltadas ao consumo interno], mas isso não se sustentou. E no final do pregão, nós voltamos a acompanhar os mercados externos", comenta Romeu Vidali, gerente de ações da corretora Concórdia, notando a ação de grandes fundos e tesourarias nas operações ao longo do dia.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,782, em alta de 0,45%. A taxa de risco-país marca 233 pontos, número 4,95% acima da pontuação anterior.

"A tendência para a moeda brasileira é de estabilidade ou de queda. A perspectiva para a economia doméstica é muito boa: o Banco Central tem mantido a inflação sob controle, a geração de empregos com carteira assinada é recorde", diz Fabiano Rufato, diretor de câmbio do grupo Fitta.

Para o profissional, somente num cenário em que países como Grécia, Portugal ou Espanha não consigam cumprir as condições para manter a estabilidade recente, os mercados podem voltar a estressar. "Nesse caso, acho que o dólar voltaria a rodar em torno de R$ 1,85, ou até mesmo R$ 1,90. O nível de incerteza ficaria muito alto para o investidor", avalia, acrescentando que, por enquanto, esse cenário não é o mais provável para o curto e médio prazos.

Entre as principais notícias do dia, a NAR (Associação Nacional dos Corretores Imobiliários, na sigla em inglês) informou que as vendas de casas usadas nos EUA contraíram 2,2% em maio. No período de 12 meses, maio deste ano teve aumento de 19,2% acima do nível de 4,75 milhões de unidades de maio 2009.

Outra pesquisa nos EUA, a cargo da Federal Housing Finance Agency (FHFA), revelou que os preços dos imóveis subiram 0,8% em abril na comparação com o mês de março. No últimos 12 meses, o índice caiu 1,5% e ficou 12,8% abaixo do seu pico, em abril 2007, início da crise do subprime.

Na Europa, o instituto Ifo apontou detectou um aumento do nível de confiança do empresário alemão na economia do país, no mês de junho. O índice do instituto, feito com cerca de 7 mil empresas, subiu para 101,8 neste mês, ante 101,5 em maio. Trata-se do maior patamar desde maio de 2008.

E no front doméstico, o IBGE apontou uma inflação de 0,19% em junho ante 0,63% em maio, pela leitura do IPCA-15, visto como uma prévia do índice oficial para o regime de metas. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,06%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (5,26%).

O Banco Central reportou que o país teve um deficit de US$ 2 bilhões no saldo de transações correntes, que mede as relações do país com o exterior. Trata-se do menor deficit desde agosto do ano passado.

A autoridade monetária ainda revisou para baixo suas projeções para o volume de investimentos estrangeiros (US$ 38 bilhões) mas elevou a estimativa para a balança comercial (US$ 13 bilhões).

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Fonte:
Folha Online

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