Meta central de inflação para 2012 é fixada em 4,5%

Publicado em 23/06/2010 10:09
Essa é a mesma meta estabelecida desde o ano de 2005. Nada impede, porém, que ela seja alterada por novo governo.
 O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reuniu nesta terça-feira (22) e decidiu fixar a meta central de inflação em 4,5% para 2012, informou o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.

Segundo ele, a decisão foi consensual entre os três membros do CMN (Guido Mantega, Paulo Bernardo e Henrique Meirelles). Essa é a mesma meta adotada pelo governo desde 2005. Também foi mantido, pelo CMN, em dois pontos percentuais, para cima ou para baixo, o intervalo de tolerância da meta central para 2012.

Isso quer dizer que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como referência no sistema de metas de inflação do governo federal, pode ficar entre 2,5% e 6,5% naquele ano sem que a meta seja formalmente descumprida.

Explicação
"A meta de inflação foi mantida para 2012 porque é a meta que está dando certo. Nos últimos anos, ela tem permitido manter a inflação sob controle etambém a expansão da economia, sem colocar o BC numa saia justa, ou uma camisa de força. Se, para este ano, em que tivemos algumas alterações de inflação, como choque de oferta, tivéssemos uma meta de inflação mais apertada, o BC já estaria com juros mais elevados. Esta meta está se revelando suficiente, razoável para cumprirmos nosso objetivo", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Política de metas
A meta central de inflação deverá ser buscada pelo Banco Central na definição da taxa básica de juros. As decisões sobre a taxa de juros são tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição, em reuniões a cada 45 dias.

Ao subir os juros, o BC atua para conter a demanda da população por produtos e serviços e, deste modo, para tentar impedir a escalada dos preços. Quando baixa a taxa Selic, é porque acredita que a trajetória da inflação está consistente com as metas pré-determinadas pelo CMN.

Quando as metas não são atingidas, o presidente do BC tem quee escrever uma carta pública ao ministro da Fazenda explicando as razões que levaram ao seu descumprimento.

As metas não foram atingidas em 2001 (em razão dos choques externos e internos que atingiram a economia), em 2002 (por conta de uma "conjugação perversa" de uma severa crise de confiança e de um forte aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais) e em 2003 (pela inércia inflacionária de 2002, elevadas expectativas de inflação dos agentes e pelos efeitos da alta do dólar - que beirou R$ 4 no fim do ano anterior).

Próximo governo
Ao fixar uma meta para 2012, o CMN está estabelecendo diretrizes para o próximo governo, visto que o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba no fim de 2010. Nada impede, deste modo, que a meta seja alterada pela próxima equipe econômica.

O próprio presidente Lula, ao assumir em 2003, promoveu a alteração da meta herdada do governo anterior. Na ocasião, a meta estava fixada em 3,25% para aquele ano, com um intervalo de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo (podendo o IPCA ficar entre 1,25% e 5,25%). Com Henrique Meirelles à frente do BC, a meta foi alterada, em fevereiro de 2003, para 8,5% naquele ano e foi fixada em 5,5% para 2004.

"Logicamente, se o novo governo quiser alterar, ele pode fazer. Nesse patamar, é possível manter a meta. Se o governo não conseguir chegar no centro, pelo menos fica dentro da banda", disse Bittencourt.

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Fonte:
G1.com

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