Em dia volátil, Bovespa avança 0,49% no fechamento, após sequência de perdas

Publicado em 01/07/2010 18:27

O mercado brasileiro de ações teve fôlego para ir na contramão das Bolsas no exterior e encerrou o dia no campo positivo, na sequência de três dias consecutivos de perdas. Hoje, uma nova rodada de números desfavoráveis nos EUA e na China afetou os negócios, aumentando a aversão a risco.

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 0,49% no fechamento, atingindo os 61.236 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,2 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, retrocedeu 0,42% no encerramento das operações.

O destaque do dia foi a ação ordinária do Banco do Brasil, que anunciou ontem à noite a captação de R$ 9,7 bilhões, por meio de sua oferta pública. O papel disparou 6,12%, movimentando R$ 815 milhões. Em termos de volume financeiro, o ativo somente ficou atrás da ação preferencial da Vale (R$ 847 milhões), que teve ganho de 0,71%.

O dólar comercial foi cotado por R$ 1,796, em um declínio de 0,44%. A taxa de risco-país marca 249 pontos, mantendo a pontuação anterior.

Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA apontou um aumento na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego, atingindo a casa dos 472 mil pedidos (acima das projeções de 460 mil). A entidade ISM revelou que o nível de atividade industrial do país desacelerou em junho, recuando para patamares ainda mais baixos do que o previsto pelos mercados.

Ainda nos EUA, uma pesquisa privada indicou uma queda de 30% nas vendas pendentes (preliminares) de casas em maio, um importante termômetro para o segmento. E finalmente, o Departamento de Comércio dos EUA informou que o nível de gastos na construção civil caiu 0,2% em maio, após uma contração de 2,3% em abril. Economistas esperavam uma retração de 0,6%.

Na China, o grupo HSBC estimou uma queda no nível de atividade da indústria chinesa no mês de junho. O resultado reforça as conclusões de uma pesquisa divulgada ainda nesta semana, que apontou a desaceleração do nível de atividade do gigante asiático após o mês de maio.

No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a produção industrial do país ficou estável em maio, ante uma variação negativa em abril. A FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontou uma deflação de 0,21% em junho, pela leitura do IPC-S. Em maio, o indicador subiu 0,21%.

Recomendações

Corretores de valores e gestores de investimentos miram em ações voltadas para o consumo doméstico em suas recomendações para este mês. Dessa forma, a Planner corretora lista Lojas Renner, CPFL Energia, AES Tietê, OHL Brasil, CCR Rodovias, Duratex e Hypermarcas entre suas sugestões, além das tradicionais Petrobras, Vale e Itaú-Unibanco. A OGX, que vem se destacando em termos de giro na Bolsa, também merece uma posição no portfólio da Planner, bem como a construtora Eztec.

"Nossa percepção para julho é de contínua sensibilidade à zona do euro, já que há 'ratings' [nota de risco de crédito] a serem rebaixados, tanto de países como de instituições financeiras e isso o mercado sabe, mas ainda não precificou [medir o impacto no preço das ações]", avalia a equipe de analistas da corretora, mostrando preocupação ainda com a China. "Sabemos que por menor que seja a desaceleração chinesa (...) certamente teremos impacto negativo na Bovespa".

Já a Link Investimentos sugere CCR, BR Foods, JBS, Tam, Tractebel e Suzano, incluindo Petrobras, Vale, Bradesco e Suzano. A Eztec, junto com a Brooksfield, Petrobras, Vale e Usiminas também fazem parte das recomendas ações da WinTrade.

Fonte: Folha Online

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