Dirigente do BB defende trabalho de gestão de custos na agricultura

Publicado em 02/07/2010 07:43
Trabalhar a gestão dos custos para garantir renda nos piores anos, afinal agricultura é uma atividade cíclica. A receita foi dada pelo diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, João Carlos Vaz, durante a palestra Fontes de Financiamento para o Agronegócio, dentro da programação do 25º Seminário Cooplantio, que ocorre em Gramado (RS) até 2 de julho. Embora a afirmação pareça óbvia, ela não é utilizada pela maioria dos produtores.

– Alguns aspectos que devemos considerar. Primeiro, ele deve trabalhar a gestão dos seus custos e procurar, na medida do possível, criar uma reserva de liquidez que ele possa usar nos anos em que tiver maior dificuldade. Quando o produtor for fazer os seus investimentos e imobilizar o seu capital, ele deve trabalhar com a visão de um ano pior que teve em termos de receita e guardar uma reserva para passar por isso. Não se deve tomar sua decisão de investimento somente com o resultado de um bom ano. Então, cada vez mais ele tem que ser um empresário, tem que analisar seus custos, projetar o mercado e se preparar para imprevistos para que, passando esses imprevistos, possa consolidar seus negócios.

Esses ciclos são claros quando analisados os dados históricos. Também é observada uma diferença entre as regiões produtoras brasileiras: no sul do país, os maiores problemas são em relação a questão climática. Já no Centro-Oeste, as dificuldades têm a ver com preços. A solução seria uma organização conforme as características de cada região.

– Seria interessante que o produtor rural - todos os produtores rurais do Brasil, em todos os seus negócios, não só no crédito financiado, mas até usando recursos próprios, recursos de tradings - tivessem acesso a uma proteção contra riscos e que ela fosse mais ou menos o seguinte: no sul 75% de proteção climática e 25% de proteção de preço, junto. No Centro-Oeste, 75% de proteção de preço e 25% de proteção de seguro. Isso dilui os riscos e as regiões se auto-protegem. O Sul, que tem menos risco de preço, colabora com algum recurso pra fazer o colchão de liquidez para o Centro-Oeste, e o Centro-Oeste para a questão climática do Sul. A gente precisaria trabalhar isso, uma proteção mais abrangente, mas incorporando muito mais produtores até pra incentivar a entrada de corretoras de seguradoras neste processo – explica Vaz.

Esta organização, conforme o dirigente do BB, deveria ser gerada através de conversas entre governos e lideranças de produtores, juntamente com asseguradoras. Para os agricultores, o momento atual, em que se discutem os problemas da safra que acaba de ser colhida, seria uma boa oportunidade para começar esse diálogo.

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Fonte:
Canal Rural

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