Brasileiros e europeus se reúnem na tentativa de retomar negociação entre Mercosul e UE
Devem ser assinados acordos entre o Brasil e a União Europeia de cooperação no esforço de facilitar os negócios entre a brasileira Embraer e os países europeus.
As conversas sobre um possível acordo estão suspensas desde 2004 e voltaram à tona no final do ano passado, quando a União Europeia demonstrou interesse em avançar no tema. Ainda sob o impacto da crise financeira internacional, a União Europeia ainda não conseguiu retomar o ritmo de importações registrado antes da turbulência.
No primeiro semestre, as exportações brasileiras para a região somaram US$ 19,2 bilhões, valor ainda abaixo dos US$ 22,1 bilhões do mesmo período em 2008, antes do agravamento da crise. Em entrevista a agências internacionais, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, disse não acreditar na possibilidade de retomada das conversas ainda neste ano.
“Vamos trabalhar para isso, mas é difícil”, disse o ministro. Segundo ele, países como França, Polônia e Irlanda estão entre os mais reticentes a uma liberalização comercial, que certamente afetará seus produtores agrícolas.
Segundo Miguel Jorge, a retomada das conversas conta com o apoio de Espanha e Itália – dois países mais simpáticos a um acordo com o Mercosul. Mas, de acordo com ele, isso não deve ser suficiente para superar um ambiente político “desfavorável” no qual se encontra a Europa.“Os agricultores sempre são muito fortes, especialmente na França. E na crise esse cenário fica pior”, disse o ministro.
No âmbito do Mercosul, o Brasil já tem um acordo assinado com Israel e, segundo Miguel Jorge, “há chances” de um acordo com a Turquia ser firmado ainda este ano.
O Itamaraty informou que a cúpula será uma oportunidade para a “troca de impressões” entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, em temas regionais e internacionais.
Um deles é a situação política em Honduras. O país está suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA), desde o golpe de Estado em junho de 2009, e com isso o presidente hondurenho, Porfírio “Pepe” Lobo, espera o reconhecimento do Brasil e de outros governos. Os europeus defendem ser necessário o voto de confiança ao presidente eleito em janeiro.
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