Preços ao produtor: julho encerra com queda de 2,95%

Publicado em 05/08/2010 16:08

O IqPR – Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista encerrou o mês de Julho com variação negativa de 2,95%, afirmam José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves, Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini e Eder Pinatti, pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola – IEA/Apta, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.  

Nos últimos 12 meses, os preços da cana-de-açúcar elevaram-se em 24,75%. Ressalte-se que para o feijão, laranja para mesa e amendoim, os preços de 2009 estiveram entre os mais baixos, e que, para a maioria dos produtos, em especial nos de safra anual, houve considerável redução do plantio e da oferta. Já a cana-de-açúcar, mesmo com a apreciação cambial vigente, teve preços refletindo a alta da demanda internacional.

Ainda em relação ao período acumulado, nota-se que os preços dos grãos mostram comportamentos distintos, principalmente do milho (-12,81%), do trigo (-24,09%) e da soja (-22,69%), não apenas por conta do reajuste da oferta das principais nações produtoras, como também da redução da demanda com a diminuição das compras internacionais.

Observando as variações do IqPR no mês de julho, percebe-se que registraram as maiores altas: carne de frango (15,52%), algodão (7,19%), café (6,11%), banana nanica (4,54%) e laranja para indústria (3,99%).

Para a carne de frango, a variação positiva mostra de um lado a recuperação dos preços praticados nos meses anteriores e, de outro, corresponde a uma resposta ao aumento dos preços do substituto representado pela carne bovina.

No caso do algodão os preços respondem à queda dos estoques internacionais e à quebra da safra dos cerrados, principal região produtora brasileira, que atingiu até 20% em razão da seca.
 
A oferta de um produto de melhor qualidade, junto a um aumento da demanda internacional tem elevado os preços do café.
 
A oferta reduzida de banana tem afetado os preços, estando esta ocorrência associada à continuidade de baixas temperaturas (com a redução na umidade do ar) que vêm retardando o crescimento da fruta desde o final de maio, prolongando o tempo necessário à formação dos cachos de banana e gerando a escassez que provoca aumento nos preços.

Na laranja para indústria a prevalência dos contratos sustenta a alta de preços numa realidade de queda expressiva dos preços das vendas de laranja “in natura”.

Os produtos que apresentaram as maiores quedas foram: tomate para mesa (50,20%), batata (41,88%), feijão (21,16%), laranja para mesa (14,33%) e amendoim (9,53%).

Para o tomate para mesa, na esperada reversão da tendência de alta, os preços se ajustam à maior entrada de produto, em movimentos tanto para cima como para baixo, com variações de amplitude elevada.

Os preços da batata derivam da diferença do alto valor cotado no início da safra (começo de maio) com os valores menores das últimas semanas, em decorrência da maior entrada de produto no mercado desta olerícola.

No feijão, conforme esperado, as colheitas do final da safra das secas (que em muitos casos havia tido plantio atrasado por limitações climáticas) e as primeiras expectativas da produção da safra de inverno, reverteram as tendências dos preços no sentido da diminuição.

Na laranja de mesa, o frio mais intenso produziu a redução da demanda de laranja “in natura” para sucos caseiros e nos bares, restaurantes e mesmo hotéis produzindo com isso queda significativa dos preços. Com isso praticamente são igualados os preços das destinações de mesa e de indústria, esta última com pequeno aumento.  

Para o amendoim, a retração do preço reflete a queda da demanda com o final do período das festas juninas que caracterizam o pico de consumo. Porém, os preços atuais para o produtor estão 53% mais alto do que o mesmo período do ano passado.
No período analisado, 8 produtos apresentaram alta de preços (5 de origem vegetal e 3 de origem animal) e 11 apresentaram queda (8 de origem vegetal  e 3 de origem animal) e o preço do trigo não teve variação no período.
Olhando os preços nos últimos doze meses, as principais quedas ficaram por conta das olerícolas - tomate para mesa (-41,06%) e batata (-26,20%) - fundamentalmente face à situação conjuntural: neste ano a grande oferta se contrapõe à situação de 2009 quando se teve preços altos.
Em situação inversa de altas expressivas, em relação ao similar período de 2009, destaca-se a laranja para mesa (95,91%), que reverte a situação de vigência dos menores preços da década vivenciada há 12 meses.
Em seguida, têm-se o amendoim (52,94%) e o algodão (43,13%) mostrando situação em que a oferta brasileira, nesta safra, está manifestamente menor que a demanda interna. No caso do amendoim, o Brasil ocupa posição de destaque no mercado internacional e no algodão a agroindústria têxtil enfrenta a diminuição dos estoques internacionais neste ano.
Nos casos da banana (42,31%) e do feijão (24,13%) os preços, no corrente ano, se mostram bastante mais elevados que os vigentes no ano passado quando estiveram muito baixos. Ao lado dessas duas lavouras de mercado interno, também apresentam preços mais altos, em relação ano anterior, como decorrência dos maiores preços internacionais, a cana-de-açúcar (24,75%) e o café (24,14%) cujas cotações internas crescem mesmo com o câmbio valorizado.
Nos produtos animais a maior elevação nos últimos doze meses, alta também derivada do mercado internacional, ocorreu com a carne suína (25,95%), patamares muito maiores que os do ovo (3,88%) e da carne bovina (3,42%) que se revelaram inferiores à inflação.
Interessante verificar que os preços agropecuários tiveram aumento puxado pelos produtos vegetais que crescem de julho de 2009 a maio de 2010, tendo recuado nos últimos dois meses pelo recuo dos preços da cana-de-açúcar. Os produtos animais mostram queda e estabilidade até janeiro de 2010, mantendo-se crescentes nos meses seguintes.

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Fonte:
Secr. de Agr. de SP

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