Inflação pode ter "soluço" com nova alta de commodities

Publicado em 17/08/2010 08:48
Após dois meses consecutivos de inflação zerada, uma frente fria pode chegar entre setembro e outubro. Não seria um choque oriundo de condições internas, como uma demanda que avança sobre a capacidade de oferta, mas o contágio de uma alta nos preços de commodities agrícolas. A trajetória de declínio do CRB, principal índice de preços das commodities, negociado em Chicago (EUA), foi interrompida em julho. Com oscilações para cima e para baixo no meio do caminho, o índice saiu de 281 pontos em janeiro e caiu até 255 pontos em junho, para voltar a subir, encerrar julho com média de 261,6 pontos, e apontar nova alta em agosto.

O contágio é rápido. Estudo realizado pelo economista-chefe para América Latina do BNP Paribas, Marcelo Carvalho, avalia que, em média, o peso dos alimentos na inflação dos países latino-americanos é de 71%. No Brasil, o peso é de 45%. O economista levou em conta o peso dos diferentes insumos, como grãos e farinha, e seus desdobramentos na cadeia, que atinge desde pães até comida industrializada. Tudo levado em conta, os alimentos representam quase metade da inflação no país.

"A inflação hoje está calmíssima. Os dados de agosto devem chancelar as baixas de junho e julho. Mas se a alta no CRB persistir, teremos um reflexo instantâneo nos preços entre setembro e outubro", afirma Carvalho, que avalia que o Banco Central deve interromper a alta de juros já na próxima reunião, no mês que vem.

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Fonte:
Valor Econômico

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