Governo japonês intervém para frear alta do iene

Publicado em 15/09/2010 08:58
As autoridades monetárias do Japão intervieram nesta quarta-feira (15) no mercado local de divisas, pela primeira vez desde 2004, para frear a alta do iene frente ao dólar, que chegou aos níveis de cotação mais altos em mais de 15 anos, informou o Ministério das Finanças.

O ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, e o Banco Central do Japão (BOJ) confirmaram a intervenção, realizada às 10h30 pelo horário local (22h30 de Brasília) e que causou uma rápida subida da cotação do dólar e fortes altas da Bolsa de Tóquio.

Antes da intervenção, o dólar estava cotado em 82,87 ienes, seu nível mais alto desde maio de 1995, e, minutos depois, chegou a 84,36 ienes, enquanto o índice Nikkei, que abriu em baixa, subia 1,8%.

Esta é a primeira vez que as autoridades monetárias japonesas intervêm no mercado de divisas, vendendo ienes em troca de dólares, desde o dia 16 de março de 2004.

Embora não tenha informado a escala da intervenção, o ministro das Finanças confirmou que foi realizada pelo Japão de forma unilateral, enquanto o BOJ, em comunicado, expressava seu desejo de que esta medida contribua para uma taxa de câmbio estável.

Noda afirmou que "o Japão não pode tolerar os efeitos da apreciação do iene em sua economia" e assinalou que podem ser tomadas medidas adicionais caso consideram necessário.

O governador do BOJ, Masaaki Shirakawa, indicou no comunicado que houve incertezas, especialmente para a economia americana, que provocaram instabilidade nos mercados de divisas.

A intervenção foi ordenada no dia seguinte à vitória do primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, em eleições internas de seu partido, que confirmaram que ele segue à frente do Governo.

Até agora, Kan tinha se mostrado passivo em relação a uma intervenção, que favorecia seu oponente na eleição, Ichiro Ozawa, apesar de sempre ter assegurado que tomaria medidas caso fosse necessário para apoiar o iene.

As multinacionais japonesas sentiram a rápida valorização de sua moeda desde o início da crise econômica, já que suas exportações ficaram menos competitivas e seus lucros eram menores quando repatriados.

A taxa de câmbio esperada para este ano pelas grandes companhias era de 90 ienes para um dólar, e há muito tempo os empresários japoneses reivindicavam uma intervenção governamental para frear a alta do iene.

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Fonte:
EFE

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