Ministério Público entra na investigação de Erenice Guerra

Publicado em 16/09/2010 09:04
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou, ontem, que o Ministério Público vai entrar nas investigações de tráfico de influência na Casa Civil que estão sendo conduzidas pela Polícia Federal. Mas, segundo ele, as investigações não serão realizadas no tempo da campanha política.

"O Ministério Público tem a preocupação de não virar instrumento de campanha", disse Gurgel. "Falando bem claro, nem da campanha da (ex) ministra Dilma (Rousseff) nem da campanha do (ex) governador (José) Serra", completou.

Gurgel qualificou como graves as denúncias de tráfico de influência envolvendo Israel Guerra, filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, que foi a principal assessora de Dilma na Casa Civil e no Ministério das Minas e Energia. Por outro lado, ele advertiu que, por enquanto, os indícios não apontam para a participação de Erenice num suposto esquema que teria sido montado por Israel para beneficiar empresas privadas que contratavam seus serviços em licitações públicas do governo. "As notícias apontam fatos graves, mas ainda não temos elementos que apontem a responsabilidade ou não da ministra", resumiu.

O procurador-geral explicou que o MPF pode pedir diligências à PF, mas descartou convocar Erenice para depor, num primeiro momento. "Provavelmente, é uma investigação que começa com a oitiva daquelas pessoas referidas nas reportagens, como o próprio filho da ministra, os empresários e os advogados envolvidos", disse Gurgel. "Temos que fazer uma apuração preliminar dos fatos para ver se há elementos mínimos que justifiquem que a ministra seja ouvida."

Segundo ele, as investigações ainda estão num estágio prematuro. No fim da tarde, Gurgel ainda não havia lido a representação que foi protocolada um dia antes no Ministério Público por líderes do PSDB e do PPS na Câmara. Os partidos de oposição pediram a abertura de inquérito para apurar as denúncias envolvendo tráfico de influência na Casa Civil. "Na verdade, primeiro, temos que ver a consistência que a representação apresenta", afirmou Gurgel, utilizando um tom calmo que contrastou com a bateria de perguntas que recebeu de um grupo de jornalistas.

"O momento da campanha é um momento nervoso para todos os lados", continuou o procurador. "Quando se aproximam as eleições, as coisas ficam mais agitadas. De um lado, o Ministério Público não servirá de instrumento daqueles que tem interesse em mostrar o envolvimento do governo e, de outro, não deixará de apurar o que tem para apurar para preservar qualquer posição do governo."

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Fonte:
Valor Online

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