Dólar fecha a R$ 1,71; Bovespa perde 0,70%

Publicado em 16/09/2010 16:46

Nem as intervenções regulares do Banco Central nem as declarações fortes do ministro Guido Mantega (Fazenda) sobre a valorização cambial impediram o mercado de câmbio doméstico de retomar o viés habitual em dez dos 11 dias úteis deste mês.

O dólar comercial bateu R$ 1,726 no "pico" do dia, desceu até R$ 1,716, o menor preço registrado no dia e que foi também a taxa de fechamento do dia (queda de 0,63% sobre a cotação final de ontem).

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,840 para venda e por R$ 1,660 para compra.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) retrocede 0,70%, aos 67.629 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,21 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,19%.

Ontem à tarde, repercutindo a intervenção das autoridades japonesas sobre o mercado de iene, o ministro Mantega advertiu que o governo brasileiro poderia tomar medidas semelhantes. No mesmo dia, o ministro anunciou que deve usar o Fundo Soberano (que usa as reservas internacionais) para enxugar o excesso de dólares que podem entrar no país com a capitalização da Petrobras.

Tradicionalmente, ofertas públicas de ações brasileiras atraem uma participação maciça de capitais estrangeiros, o que afeta as cotações do dólar. A oferta da Petrobras deve entrar para a história como a maior já feita em todos os mercados de capitais ao redor do mundo.

Segundo analistas, restam dúvidas sobre o real interesse dos investidores estrangeiros nos papéis da estatal. A "ameaça" do Fundo Soberano é velha conhecida dos agentes, e esse fato pode ter dissipado o efeito das declarações da Fazenda sobre as taxas.

Profissionais do mercado de câmbio também destacam as expectativas de um fluxo de dólares para o país, além da Petrobras. Várias empresas privadas já realizaram captações externas e hoje foi a vez do grupo Gerdau, que anunciou a contratação de um "pool" de bancos para levantar recursos no exterior.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas ficaram praticamente estáveis nos contratos de prazo mais curto.

No contrato para outubro deste ano, a taxa prevista caiu de 10,62% ao ano para 10,61%; no contrato para janeiro de 2011, a taxa projetada foi mantida em 10,66%. E no contrato para janeiro de 2012, a taxa prevista avançou de 11,32% para 11,40%.

Os números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

Fonte: Folha Online

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa tem queda tímida antes de Copom com bateria de balanços e RS sob holofotes
“A tragédia não foi causada pela falta de cuidado dos gaúchos, mas sim por um fenômeno meteorológico grave”, afirma Osmar Terra
Wall St abre em baixa sob peso de megacaps
Dólar acelera ganhos frente ao real com cautela antes da decisão do Copom
BCE pode reduzir juros e deve repensar forma como define a política monetária, diz Wunsch