Dólar fecha a R$ 1,71; Bovespa retrocede 0,8%

Publicado em 17/09/2010 17:07

A taxa de câmbio brasileira subiu pela segunda vez no mês, em meio a discussões sobre o aumento da ação governamental para conter a derrocada do dólar (que acontece em nível mundial).

O dólar comercial foi trocado por R$ 1,719 na venda, em um acréscimo de 0,17%, nas últimas operações desta sexta-feira. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,719 e R$ 1,713. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,830 para venda, e a R$ 1,660 para compra.

Ainda aberta, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera com perdas de 0,79%, aos 67.126 pontos (pela leitura do índice Ibovespa). O giro financeiro é de R$ 4 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem leve alta de 0,09%.

O Banco Central comprou dólares no mercado à vista por duas vezes, às 11h38 (hora de Brasília) e 15h40. A autoridade monetária não informa, imediatamente, qual a quantia dessas intervenções. Mas os registros atualizados semanalmente, e as oscilações das reservas internacionais mostram que as atuações do BC têm sido mais "agressivas". De sexta-feira até ontem (dado mais atualizado), o montante saltou de US$ 262,3 bilhões para US$ US$ 267,18 bilhões. No final de agosto, as reservas internacionais do país estavam em US$ 261,32 bilhões.

A semana foi marcada pelas notícias sobre a intervenção japonesa no mercado de iene após um hiato de quatro anos. O governo brasileiro deu sinais de que pode seguir o mesmo caminho. O ministro Guido Mantega (Fazenda) já avisou que deve usar o Fundo Soberano para enxugar o fluxo de dólares que deve entrar no país por conta da oferta pública de ações da Petrobras (a capitalização).

E desde quarta-feira passada, o BC passou a realizar dois leilões por dia, em vez de um, como tem sido praxe desde maio. Como sempre, ganharam novo fôlego os rumores de que a autoridade monetária deve retomar o uso dos leilões de "swap reverso", o equivalente a compras de dólares, mas no mercado futuro.

Ainda assim, operadores reafirmam que a taxa de câmbio deve seguir com tendência de queda. Além do fluxo de divisas com a operação da Petrobras, outros agentes econômicos, tanto privados quanto públicos, anunciaram captações externas nos últimos dias. Hoje, o grupo Suzano Papel e Celulose anunciou que fechou a operação para levantar US$ 650 milhões no mercado internacional. Até o mês passado, fontes do mercado calculavam em US$ 6 bilhões o total de operações privadas para levantar recursos no exterior.

JUROS FUTUROS

No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas projetadas ficaram praticamente estáveis nos contratos de prazo mais curto.

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) registrou uma inflação de 1,12% em setembro, ante 0,46% em agosto, pela leitura do IGP-10. Economistas do setor financeiro projetavam uma variação de 1,16%.

No contrato para novembro deste ano, a taxa prevista passou de 10,62% ao ano para 10,63%; no contrato para janeiro de 2011, a taxa projetada foi mantida em 10,66%. E no contrato para janeiro de 2012, a taxa prevista subiu de 11,41% para 11,45%.

Os números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.

Fonte: Folha Online

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